Policial federal acusado de golpe é mantido sob custódia especial por risco de fuga, diz PMDF

0
16


ouça este conteúdo

00:00 / 00:00

1x

Por Cleber Lourenço

O policial federal Wladimir Matos Soares, réu na Ação Penal 1060 que apura tentativa de golpe de Estado, está preso no Núcleo de Custódia da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), uma unidade separada da Papuda, embora localizada dentro do mesmo complexo penitenciário. A unidade, conhecida informalmente como “papudinha”, é destinada a presos com prerrogativa de foro ou que fazem parte das forças de segurança pública. A custódia ali é marcada por protocolos diferenciados, com maior vigilância e controle de movimentação.

Wladimir ficou conhecido por ter sido flagrado em áudios em que afirma que mataria “meio mundo” para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder e chamaram a atenção de autoridades pela gravidade das ameaças. O teor do material foi incluído nas investigações que resultaram na abertura de processos contra agentes da segurança envolvidos com a trama golpista.

Segundo apurou a reportagem com fonte da PMDF, o alerta de risco de fuga surgiu após Wladimir afirmar a policiais militares que conhecia a rotina da unidade prisional e que tentaria escapar. “Ele estava preso no 19º Batalhão e comentou com os PMs que ia tentar fugir. A gente ficou sabendo, e rapidinho fizeram a transferência dele”, relatou a fonte. Ainda segundo o relato, os policiais comunicaram a declaração aos superiores da PMDF, que repassaram a informação ao ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a direção do Núcleo de Custódia informou por ofício ao Supremo Tribunal Federal que a inteligência da PMDF avaliou haver risco de fuga no caso de Wladimir. O documento, encaminhado pela administração do núcleo e citado na decisão, registra a análise feita internamente e reforça a necessidade de manter o preso em regime especial de segurança. Embora a comunicação tenha sido feita por um coronel da PMDF, o nome do oficial não é mencionado na decisão.

policial federal Wladimir Matos Soares, réu na Ação Penal 1060

A partir dessas informações, Moraes determinou a permanência de Wladimir sob custódia da PMDF. Em caso de necessidade de deslocamentos externos, como para atendimentos médicos ou audiências, a escolta deve ser realizada exclusivamente por agentes da Polícia Federal, conforme solicitado pela própria PMDF. A decisão busca garantir a integridade do processo e a contenção de riscos operacionais.

Polícia do Distrito Federal

Fontes com acesso caso relataram que esse tipo de alerta é incomum e reflete um grau elevado de preocupação por parte da corporação. “Para a PM ter falado de risco de fuga, é porque o cara deve estar dando muito trabalho por lá”, disse uma dessas fontes. Segundo elas, o histórico recente de episódios envolvendo agentes públicos acusados de participação nos atos golpistas levou a PMDF a adotar medidas mais cautelosas.

A estrutura do Núcleo de Custódia da PMDF, por ser distinta do sistema penitenciário convencional, permite um controle mais rigoroso sobre visitantes, comunicação e movimentação dos internos. Isso reduz vulnerabilidades e facilita o cumprimento de ordens judiciais mais específicas, como as emitidas pelo STF nos processos relativos ao 8 de janeiro.

O alerta de risco de fuga partiu de um processo de análise elaborado pela inteligência da PMDF com base em informações operacionais e comportamentais colhidas durante a custódia. Essas informações foram repassadas à direção da unidade, que então formalizou o conteúdo em ofício ao Supremo.

A manutenção de Wladimir sob custódia da PMDF evidencia a sensibilidade do caso dentro da estrutura estatal. Trata-se de um agente federal acusado de envolvimento em uma tentativa de ruptura institucional, cujos desdobramentos seguem sob intensa vigilância das instituições republicanas.





Fonte: ICL Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui