Brasil é quarto maior produtor de grãos do mundo e startup traz solução para gerar crédito de carbono de solo cultivado
O agronegócio é um dos pilares da economia nacional, sozinho ele representa 27,4%do PIB brasileiro. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados do Ministério da Economia, apenas em fevereiro de 2022 as exportações alcançaram US $10,5 bilhões, uma alta de 65,8% em relação ao mesmo mês de 2021.
RePublicado de Valore Brasil Publicação Original em 6 de mai. de 2022
Lideram as exportações de soja em grão (US$ 3,1 bilhões), seguido pela carne bovina (US$ 889,5 milhões), pelo café verde (US$ 828,0 milhões), farelo de soja (US$ 699,6 milhões) e carne de frango in natura (US$ 612,5 milhões). Os principais destinos do produto brasileiro foram os mercados da China, União Europeia, Estados Unidos, entre outros.
É nesse cenário que vemos ainda o crescimento das chamadas Agtechs – Startups de Agronegócio, é o que aponta o estudo feito pelo Radar AgTech Brasil referente aos anos de 2020 e 2021. Elas saltaram de 944 para 1.574, entre 2019 e 2021, e o potencial de mercado do Brasil impulsiona ainda mais a criação de empresas. O Radar Agtech Brasil 2020/2021 identificou que das 1574 agtechs quase 90% estão concentradas nas regiões Sudeste (62,5%) e Sul (25,2%) do País. A unidade federativa com maior número de agtechs é São Paulo, com 48,1% do total nacional.
Figura 1 – Ranking de agtechs por unidades federativas e cidades no território nacional
As agtechs podem ser divididas entre: antes da fazenda, dentro da fazenda e depois da fazenda, este último concentra maior número de empresas. No entanto, é possível ver um movimento positivo na oferta de soluções para o momento da lavoura (dentro da fazenda). Esse é o caso da Agrorobótica e da Sardrones que oferecem tecnologias para a agricultura.
Promover uma agricultura mais sustentável, preparar mão de obra e agricultura consciente fazem parte dos desafios do setor, que se reinventa para acompanhar as mudanças da sociedade. De acordo com estudo da Embrapa, é preciso aumentar os esforços no sentido de intensificar a produção sem deixar de preservar a sustentabilidade das cadeias. Para isso, é necessário que haja a expansão de sistemas como integração lavoura-pecuária-floresta, agricultura orgânica, recuperação de pastagens degradadas e otimização de irrigação, a chamada agricultura regenerativa.
O solo é a segunda maior reserva de carbono da biosfera, atrás apenas dos oceanos, para se ter uma ideia do potencial desse mercado, somente no Brasil, há cerca 500 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq) que podem ser convertidos em dinheiro pelo setor de agronegócios. A monetização do carbono foi inclusive assunto debatido na Conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP 26), em 2021.
No ano de 2021, o estudo do State of the Voluntary Carbon Markets 2021 mostra que até 31 de agosto do ano passado, os mercados voluntários de carbono já haviam registrado vendas de US$ 748,2 milhões, para 239,3 milhões de créditos, cada um representando uma tonelada de dióxido de carbono equivalente, um aumento de 58% no ano.
Figura 2. Tamanho do mercado por volumes negociados de compensações voluntárias de carbono de 2005 até agosto de 2021
Com o intuito de fomentar o sequestro de carbono para uma agricultura regenerativa e fonte de renda a Agrorobótica desenvolveu sua plataforma de inteligência artificial AGLIBS, que utiliza a mesma tecnologia que a NASA usou em seus robôs na análise do solo de marte, para mapear e certificar o carbono retido no solo das lavouras.
Agtechs em valores
Nos primeiros meses de 2022 diversos acordos foram fechados com agtechs: uma rodada de US $40 milhões para a TerraMagna, uma de US$ 21 milhões para a Agrolend da Série A, no Brasil, a BMPI Venture adquiriu 20% da startup de hortas verticais 100% Livre, e a grão Direto também promoveu sua terceira rodada de negócios e levantou um aporte de R$ 40 milhões.
Para 2022 a expectativa é para qual será a primeira agtech da América Latina que se tornará um unicórnio, já que o setor ainda não tem nenhum representante na lista com empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, a nossa torcida é para que seja uma agtech brasileira, afinal, somos o maior produtor agrícola da América Latina.
*A Agrorobótica é cliente da Valore Brasil – assessoria de fusões e aquisições e recebe apoio e consultoria especializada durante as rodadas de investimentos para auxiliar na tomada de decisões.
**A Valore Brasil assessorou o fundraising da Sardrones com a BossaNova Investimentos.