terça-feira, maio 21, 2024
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Nos 167 anos, um pouco sobre PARINTINS, a ilha encantada do Amazonas !

História de Parintins


Durante as viagens exploratórias da Coroa Portuguesa em 1796, a Ilha Tupinambarana, hoje Município de Paritins, foi descoberta pelo Capitão de Milícias José Pedro Cordovil.  A região era habitada pelos índios Tupinambá – de onde surgiu o nome da ilha – e também pelas tribos Sapupé, Peruviana, Mundurucu, Mawe e Parintins.

No ano de 1803, uma missão religiosa sob a direção do frei José das Chagas, denominada Vila Nova da Rainha, instalou-se no lugar. Em 1833, essa Missão foi elevada à categoria de Freguesia, mudando o nome para Nossa Senhora do Carmo de Tupinambarana. Em 15 de outrubro de 1852 a elevação da Vila é efetivada, passando em então a se chamar Vila Bela da Imperatriz.

Em 25 de Dezembro de 1880 a sede do município passou a se chamar Parintins, nome vindo dos índios Parintins ou Parintintins, antigos habitantes do local. Já em 1991, na vigência da divisão administrativa, o Município era composto de quatro distritos: Parintins (sede), Paraná do Ramos, Nhamundá e Xiburi. Mais tarde, foi criado o distrito da Ilha das Cotias, que em 1950 passou a constituir o Município de Nhamundá.

Extinta a antiga divisão distrital, o Município de Parintins é constituido pela cidade de Parintins (sede) e pelas agrovilas de Mocambo e Cabury.

Linha do Tempo
1803 – Passa de fazenda de Cordovil à categoria de missão, com o nome de Vila Nova da Rainha.
1833 – Passa a se chamar Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Tupinambarana.
1848 – elevada à categoria de Vila Bela da Imperatriz.
1852 – É criado o Município de Parintins. (25/12/1880)
Atrativos Naturais
Praias: Onças, Guaribas, Pacoval e Marinho.
Lagos: Parananema, Macurany, Aninga, Zé Açu, Valéria e Uaiacupará.
Economia
Pesca, pecuária, comércio e turismo.
Ficha de Parintins
Dimensão: 7.069 Km2.
Localização: Margem direita do rio Amazonas.
Fronteiras
Norte: Nhamundá
Sul: Barreirinha
Oeste: Urucurituba
Leste: Pará
Altitude: 50m acima do nível do mar.
Clima: tropical, chuvoso e úmido
Temperatura: Max.: 30,5º e Min.: 24,6º
Inverno: dezembro a maio (época de chuva)
Verão: junho a novembro
Vegetação: floresta de várzea e terra firme.
População: estima-se em mais de 100 mil habitantes
Distância PARINTINS/MANAUS
Linha Reta: 325 Km
Via Fluvial : 370 Km
População: 90.150 (IBGE)
Ilha Paraíso

Os aspectos físicos e geográficos não traduzem totalmente o que é Parintins, a cidade dos Bumbás Caprichoso e Garantido, mas também uma cidadela simples que impõe atitude pelas diversas particularidades que possui e que encanta qualquer visitante. Hospitalidade, alegria, devoção e simplicidade são as chaves do sucesso dessa cidade.

O modo de vida do parintinense é fruto de uma cultura mágica, difícil de explicar. Sem a euforia dos dias que antecedem o grande festival folclórico, Parintins é apenas uma aldeia de gente muito simpática, que anda pelas ruas de bicicleta, que pinta as fachadas das casas da cor do boi que faz pulsar a paixão, que conversa das tardes ao anoitecer em cadeiras de embalo nos batentes das portas e que também veste a melhor roupa, aos domingos para reverenciar na belíssima Catedral a santa do lugar, Nossa Senhora do Carmo.

É um cotidiano simples, mas ao mesmo tempo repleto de artes. O povo de Parintins já nasce com dons especiais. São artistas que compõem, cantam, esculpi, pintam com muita habilidade e até criam novos rumos para o português, inventando um linguajar próprio. Bastam um visitante chegar que eles querem demonstrar carinho, fazendo sentir-se em casa, chamando logo de parente (o mesmo que cara ou irmão), mostrando a cidade e seus talentos com orgulho.

Cidade cercada de belezas naturais, Parintins, a ilha do Paraíso, se completa mesmo pelo povo que tem. Os atrativos turísticos se tornam, portanto, importantes, mas não fundamentais. A Catedral de Nossa Senhora do Carmo, a Vila Amazônia, as praias de Taracuera ou do Varre Vento e Serra de Parintins são visitas obrigatórias, mas não perca uma bate-papo informal com a gente do local. Afinal, Parintins é repleta de personalidades e de mitos como seu Valdir Viana, famoso curandeiro; Dona Maria Ângela, a mulher que tem a casa e os objetos todos em vermelho em homenagem ao boi Garantido, ou até o sábio e folclorista Simão Pessoa, praticamente o engenheiro intelectual do bumba Caprichoso.

Visite os currais dos bois em Parintins, Caprichoso e Garantido, os personagens que projetam a cidade para o mundo. Conheça tudo e não esqueça, é claro, da culinária do local. E imprescindível.

Localização de Parintins    –      Parintins, cidade típica do interior amazonense, com pouco mais de 50 mil habitantes, se transforma com a chegada do mês de junho. Nessa época, quando a cidade apresenta-se dividida pelas cores azul e vermelha dos Bumbás Caprichoso e Garantido, Parintins é palco da maior manifestação cultural do Norte brasileiro, o Festival Folclórico de Parintins.

O município localiza-se à margem direita do rio Amazonas, numa área de 5.978 quilômetros quadrados e fica 369 quilômetros da capital, Manaus, em linha reta, e a 420 quilômetros por via fluvial. Isso equivale a 15 horas descendo e 27 subindo o rio amazonas, se a viagem for feita em barcos regionais. Por via aérea, o tempo estimado é de uma hora e meia, partindo de Manaus.

O lugar é uma ilha, conhecida como Tupinambrana, e foi descoberta e assim denomindada pelo Capitão de Milícia José Pedro Cordovil em 1796.Nessa ilha, além do grupo indígena Tupinambá – de onde se originou o nome do local- viviam índios Sapupe, Mawe, Peruviana, Mundurucu e Parintins.
Não é a toa que Parintins, que faz fronteira com o Estado do Pará, tem sua região também conhecida como Mundurucânia, em homenagem aos índios Mudurucu. Mudurucânia é todo o arquipélago das Tupirambaranas, que se estende de Juruti até a foz do Rio Madeira numa planície.
A diferença horária é mais ou menos de uma hora, em relação a Brasília, hora oficial do Brasil. Durante os meses de outubro a fevereiro, o horário de verão não é aplicado no Estado do Amazonas e, portanto, esta diferença aumenta para duas horas.

Artesanato em Parintins – Com madeira raízes de árvores, cipós, palhas, sementes, fibras naturais e penas artificiais o nosso artesanato pode ser encontrado nas comunidades locais, no Porto, Mercado e Bumbódromo. Ressaltamos os adornos com contas coloridas feitos pelos indígenas Satére-Mawê e Wai-Wai.
O artesanato popular é feito em palha, cuia, juta e muitos outros materiais. Já o indígena usa penas e grande variedade de sementes que formam colares, brincos, cocares e outros tipos de adereços. E, na época do Festival Folclórico, também pode ser encontrado miniaturas dos bois esculpidas em isopor e gesso e as camisas com motivos folclóricos, também são encontradas em várias lojas da cidade.

Pontos Turísticos de Parintins – Parintins tem muito mais motivos para o visitante se apaixonar do que a criatividade do seu povo e a grandiosidade do seu Festival Folclórico. Quem chega na ilha não pode deixar de conhecer a Serra de Parintins com seus 154 metros de altura nem a exuberância da natureza no Morro de Santa Rita, onde existem lagos, igarapés, árvores gigantescas e espécies raras de orquídeas.

É indispensável mergulhar nas limpas águas do rio Uaicurapá que banham a praia de Taracuera e dar uma esticadinha, mais 15 minutos de barco, até a praia do Varre Vento, entre os rios Mamuru e Uaicurapá. O lago Macurany, com 10 km de extensão, fica por trás da cidade e é ideal para passeios de barco, lancha e jet ski. A ilha de Parintins possui também um rico patrimônio histórico-cultural. Conheça a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, a edificação mais alta da Ilha, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que fica de frente para o rio Amazonas e de onde se pode observar um belíssimo pôr-do-sol e ainda a Igreja de São Benedito, fundada em 1795 pelo Frei José das Chagas, demolida em 1905 e reerguida em 1945.

A 20 minutos de barco, você vai conhecer a Vila Amazônia, banhada pelo rio Amazonas e pelo Paraná do Ramos. A Vila, de grande importância histórica, tem uma área de 78.270 hectares e foi criada para assentamento de imigrantes japoneses.

Atrativos Turísticos
Catedral N.S do Carmo

Fundada em 31 de maio de 1962, ela é toada de tijolos aparentes e foi projetada na Itália. Ao seu lado esquerdo encontra-se uma torres de 40 metros que acompanha o estilo da Catedral. É a edificação mais alta do Município e pode ser vista a quilômetros de distância. A Catedral fica localizada na Av. Amazonas, s/n.

Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Fundada em 1945, era a antiga Igreja N.S. do Carmo, mas com a construção da nova catedral passou a se chamar Sagrado Coração de Jesus em 1962. Ela fica localizada na praça Sagrado Coração, bem em frente ao colégio N.S. DO Carmo, o mais tradicional de Parintins. A Igreja tem à frente o rio Amazonas e é um dos melhores Lugares para se ver o pôr-do-sol.

Igreja de São Benedito
Fundada em 1795 pelo Frei José das Chagas, foi a primeira Igreja de Parintins. Demolida em 1905, hoje deu lugar á praça do Cristo Redentor e a nova capela de São Benedito foi construída em 1945, no bairro que tem o mesmo nome.

Vila Amazônica
Está situada a leste da cidade de Parintins, distante 20 minutos de barco. Banhada pelo rio Amazonas e pelo Paraná do Ramos, a vila tem uma área de 78.270 há onde moram 67 famílias. A importância história do lugar está relacionada ao apogeu da juta no Estado nas décadas de 30 e 40 do último século. Nessa época a Vila Amazônica foi criada para assentamento de imigrantes japoneses que vieram desenvolver a agricultura e implantar o cultivo da juta.
Extraído do www.parintins.com


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Extraído do BNC

Wilson Nogueira**

A cidade de Parintins (AM) celebra hoje, terça-feira, 167 anos de fundação, mas suas terras abrigam o colonizador desde 1796, quando ali se instalou português Pedro Cordovil na companhia de alguns escravos, para se dedicar à pesca de pirarucu, quelônios e peixes-bois.

Antes, essa e outras ilhas próximas estiveram habitadas somente por indígenas, em sua maioria denominados pelo europeu de Tupinambarana (Tupinambás falsos ou não puros).

De Cordovil em diante, a ilha passou pelos seguintes topônimos: Tupinambarana (1796), Vila Nova da Rainha (1803), Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Tupinambarana (1833), Freguesia de Vila Bela da Imperatriz (1848) e Parintins (1853).

A lei em que aparece a denominação Parintins é de 1853, mas ela se refere à determinação de uma lei anterior, de 1952, que elevou para a categoria de vila e município a Freguesia de Vila Bela da Imperatriz.

A dança dos nomes reflete o puxa-saquismo e as inconstâncias dos ventos áulicos na direção da Corte portuguesa e do império do Brasil.

O certo é que hoje, essa pequena ilha fluvial, situada na margem direita do rio Amazonas, está na memória e no cotidiano dos seus atuais habitantes com os nomes de Tupinambarana e Parintins.

O primeira em homenagem aos Tupinambás, que se tornaram aliados dos portugueses na invasão das terras brasilis do litoral.

O segundo, para nos lembrar a renhida resistência dos parintitins (esse povo se autodenomina Kagwahiva), que se refugiaram nos sertões da Amazônia para não entregar o pescoço ao algoz.

Os parintintins atravessaram terras tomadas pelos portugueses até se depararem com a invasão espanhola, no Peru, mas de lá retornaram, porque também não se submeteram à escravidão.

Na ilha à qual emprestam nome, é possível que sequer tenham pisado. É mais provável que tenham passado ao largo, em terras firmas próximas, porém, mais centrais, a partir do Tapajós.

Mas a firmeza na defesa das suas terras os fez temidos, principalmente pela boca dos Mundurucus, que os combatiam estimulados pelos colonizadores. Foram os mudurucus que os apelidaram de parintintins.

Por questão de sobrevivência, os parintintins arriaram seus arcos, flechas e lanças em terras da calha do Madeira, onde foram pacificados por sertanistas do extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI), entre eles o antropólogo alemão Kurt Nimuendaju e o sertanista Joaquim Gondim, que atuaram em um posto do alto rio Maici.

O entreposto de pesca e salga, ao longo do tempo, serviu a outros interesses, entre os quais, ao aprisionamento de índios, a postos avançados de catequese cristã, da coleta de drogas do sertão, do extrativismo vegetal e da criação de gado.

A ilha, embora localizada em área estratégica para o controle do tráfego através do Amazonas, foi poupada pela Cabanagem, a revolução de pretos, índios, crioulos, caboclos e brancos desafortunados, ocorrida de 1835 a 1840, contra a regência do Brasil.

Os porquês dessa decisão cabana são contraditórios.

Mas, foram os parintinenses, aliados aos silvenses, que se articularam pelo reconhecimento e instalação da Província do Amazonas, vinda em 1850.

O processo sociocultural revela que Parintins, na sua formação e consolidação, não destoa das cidades forjadas na efervescência colonial, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belém, Manaus, Maués etc.

Esses lugares de ocas e malocas foram invadidos e transformados em lugarejos, aldeias, freguesias, vilas, cidades, metrópoles e megalópoles, batizados, em sua maioria, com nomes cristãos e europeus.

No caso de Parintins, ocorreu a dança de nomes ao ritmo do leva-e-traz da política áulica.

Enfim, 1853 sopram os ventos do noçaquém (termo saterté-mawé que corresponde ao que designa o paraíso cristão) e a ilha é rebatizada com o nome Parintins, pelo qual também eram conhecidos os Kagwahiva.

Viajando pela história, ainda que em marcha match, não seria forçoso afirmar que Parintins simboliza resistência à opressão e às injustiças, e pelo acolhimento da diversidade sociocultural.

Suas ruas estão apinhadas de rostinhos com traços indígenas, afros, caboclos, nordestinos, sulistas, judeus, japoneses, gregos e italianos; sua arquitetura é eclética; sua culinária mistura gostos e cheiros da floresta e do mundo.

Sua festa mais conhecida, o festival folclórico liderado pelos bois-bumbás Garantido e Caprichoso, é uma vitrine desse caldeirão cultural, muito bem representado pela Catirina, a personagem libertária que dança em várias festas populares pelo Brasil afora, e que sequer tem um tiquito de inveja da Amélia, a mulher de verdade.

Então, se hoje não podemos celebrar o bem viver almejado pelos nossos ancestrais indígenas, que nos enchamos do sentimento e disposição para alcançá-lo o mais breve possível, antes que céu desabe sobre nós, como nos adverte a cosmologia ianomâmi.

*Versos da Cantiga de Parintins, de Chico da Silva e Fred Góes
**O autor é jornalista, escritor e sociólogo

Catedral NS do Carmo – Parintins 

 

Foto: Reprodução

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