Governo chinês nega negociação sobre tarifas com os EUA; ‘China joga parada’, diz Leonardo Trevisan

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O governo chinês negou, nesta quinta-feira (24), que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos, ao contrário do que afirmou o presidente Donald Trump, que sugeriu haver um diálogo em curso com a China.

“Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.

“A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade”, acrescentou o porta-voz.

As duas superpotências estão em clima de tensão desde que Trump deflagrou uma guerra tarifária tendo como principais alvos produtos importados da China. As tarifas podem alcançar 245% em alguns casos. Em revide, Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.

A guerra comercial entre os dois países tem abalado os mercados financeiros globais, que tem apresentado bastante volatilidade. Há temores de uma recessão global.

Na quarta-feira (23), Trump declarou à imprensa que seu país buscaria um “acordo justo com a China”. Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: “Tudo está ativo”.

Um dia antes, o republicano disse que um acordo com o gigante asiático poderia “reduzir substancialmente” as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará “nem perto” das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que “não será zero”.

Ainda ontem, em entrevista à Fox News, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.

“A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China”, disse.

“China joga parada”, diz professor Leonardo Trevisan

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O prof. Leonardo Trevisan em participação no ICL Notícias 1ª edição

O cientista político Leonardo Trevisan, professor de economia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), avalia que os Estados Unidos estão “chamando a China constantemente para a negociação, enquanto a China está jogando parada”.

Em participação no ICL Notícias 1ª edição desta quinta-feira (24), o professor disse que são os Estados Unidos quem “estão piscando primeiro”, porque Trump está recebendo alertas muito fortes sobre as consequências das tarifas para a economia, não só norte-americana, como a global.

Na avaliação dele, está ficando cada vez mais claro que a disputa é geopolítica, sobre “quem fica com o que”. “A China tem a maior parte dos países do lado dela, pense na [Nova] Rota da Seda”, disse.

A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas por Trump.

No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países. A China foi um dos países mais tarifados, e o governo chinês vem respondendo à altura.

Diante do não recuo da China, o governo Trump já sinalizou várias vezes estar otimista com a possibilidade de um acordo entre os países, o que nunca foi confirmado pelos chineses.

Assista ao comentário completo do professor Leonardo Trevisan no vídeo abaixo:

 





Fonte: ICL Notícias

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