Disfunções da tireoide afetam milhões e exigem atenção

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Com a proximidade do Dia Mundial da Tireoide,

Alterações na tireoide podem impactar diretamente o metabolismo, o humor, a energia e o funcionamento de diversos órgãos do corpo. A glândula, localizada na parte anterior do pescoço, produz hormônios essenciais para o equilíbrio do organismo e, quando desregulados, podem provocar sintomas diversos — muitos deles confundidos com outras condições.
Com a aproximação do Dia Mundial da Tireoide, celebrado em 25 de maio, especialistas alertam para a importância de estar atento aos sinais do corpo e, quando houver recomendação médica, realizar exames periódicos. A medida é fundamental para o diagnóstico precoce de disfunções hormonais que podem comprometer a saúde e a qualidade de vida.
“Distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, afetam milhões de brasileiros, especialmente mulheres. Ficar atento aos sinais do corpo é fundamental para buscar ajuda médica e evitar complicações mais graves”, afirma a endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora médica do Sabin Diagnóstico e Saúde.
Segundo a Associação das Doenças da Tireoide (ADTI), estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas tenham algum problema na tireoide. Já a University of Florida Health aponta que aproximadamente 60% das pessoas com alguma disfunção tireoidiana não sabem da condição.

Hipotireoidismo
O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide não produz hormônios suficientes. As causas mais comuns incluem a tireoidite de Hashimoto (doença autoimune que faz o sistema imunológico atacar esse órgão), deficiência de iodo, uso de certos medicamentos e, em casos mais raros, falhas no hipotálamo ou na hipófise (estruturas do cérebro que regulam a produção hormonal). “Essa condição pode levar à fadiga intensa, ganho de peso, queda de cabelo, intolerância ao frio, pele seca e até sintomas depressivos”, explica Larissa.

Hipertireoidismo

Já o hipertireoidismo é caracterizado pelo excesso de produção de hormônios tireoidianos. “Entre os principais sinais estão perda de peso não intencional, tremores, insônia, sudorese intensa, irritabilidade e aceleração dos batimentos cardíacos”, detalha a médica. As causas incluem a Doença de Graves, uma condição autoimune que faz a tireoide produzir hormônios em excesso, processos inflamatórios no órgão e nódulos que estimulam a produção hormonal.

Outras alterações e tumores

Além dos distúrbios hormonais, alterações estruturais na tireoide, como nódulos e tumores, também merecem atenção. Embora muitos nódulos sejam benignos, alguns podem evoluir para câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram estimados 16.660 novos casos de câncer de tireoide por ano no Brasil entre 2023 e 2025, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres.
A detecção precoce dessas alterações é fundamental para um prognóstico favorável. Exames como a ultrassonografia da tireoide e a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) são ferramentas eficazes para avaliar a natureza dos nódulos e identificar possíveis riscos. Em casos confirmados de câncer, o acompanhamento médico especializado é essencial para definir a conduta clínica mais adequada.

Exames
De acordo com Larissa Figueiredo, o diagnóstico das disfunções tireoidianas pode ser feito com exames simples de sangue, recomendados especialmente quando há sintomas suspeitos — mas também importantes como parte do acompanhamento regular da saúde. “A dosagem do TSH é o primeiro passo para avaliar o funcionamento da tireoide”, afirma. Esse hormônio, produzido pela hipófise, regula a produção dos hormônios tireoidianos.
Além do TSH, os exames de T4 livre, T4 total e T3 também são importantes para uma avaliação mais precisa. O T4 livre representa a fração ativa do hormônio circulante, enquanto o T3 é o hormônio que atua diretamente nos tecidos do corpo. “Esses exames ajudam o médico a identificar se a disfunção está na tireoide ou em outra parte do eixo hormonal”, explica Larissa.
“As dosagens dos anticorpos também auxiliam na investigação das tireoidopatias, em especial nas causas autoimunes. Alguns exames que seguem este objetivo são os de anti-tireoperoxidase, anti-tireoglobulina e anti-receptor de TSH”, acrescenta.

Tratamento e prevenção
A boa notícia é que a maioria das disfunções da tireoide tem tratamento. O hipotireoidismo, por exemplo, é controlado com a reposição diária do hormônio levotiroxina — uma terapia simples e segura, que exige acompanhamento médico e exames periódicos. Já o tratamento do hipertireoidismo pode ser mais delicado, incluindo medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo e, em alguns casos, cirurgia.
A prevenção de distúrbios tireoidianos inclui alimentação equilibrada, rica em iodo e selênio, conforme avaliação nutricional, pois o excesso também pode causar alterações na glândula. Também é importante o acompanhamento médico e realização de exames periódicos para detectar alterações precocemente.
“Monitorar a função da tireoide é fundamental para garantir qualidade de vida e prevenir complicações que afetam o metabolismo, o humor, o sono e até a fertilidade”, conclui a endocrinologista.

Foto: Freepik

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