As bolsas mundiais voltaram a operar em trajetória positiva, nesta manhã de terça-feira (8), após uma segunda-feira de caos como consequência do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra parceiros comerciais no mundo todo.
O republicano prometeu impor tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses caso o governo do gigante asiático não reverta o aumento de 34% sobre as importações dos EUA, em retaliação às tarifas previamente anunciadas por Trump.
“Se os Estados Unidos insistirem nesse caminho, a China vai combatê-lo até o fim”, disse governo chinês. Ou seja, diante da resistência de Trump em rever sua política tarifária contra todos, promete escalar cada vez mais, ampliando o pessimismo entre agentes econômicos.
A desconfiança de investidores com a economia norte-americana só cresce. Porém, uma recessão nos EUA ainda não é consenso para este ano. Apenas dois grandes bancos, JPMorgan e Barclays, projetam esse cenário oficialmente.
O que se tem certeza, até o momento, é que, antes que alguém seja capaz de parar Trump, os mercados globais devem continuar a viver dias de bastante volatilidade.
Tanto lá fora quanto no Brasil, a agenda econômica está esvaziada. Por aqui, o destaque é a divulgação do resultado primário do governo central, prevista para as 8h30.
Brasil
A segunda-feira (7) começou muito tumultuada no mercado internacional, ainda sob os ecos da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o mundo. Não poderia ser diferente com o Ibovespa, que encerrou o pregão com queda de 1,31%, aos 125.588,09 pontos, uma perda de 1.667,91 pontos.
O dólar à vista (USBRL), por sua vez, encerrou as negociações a R$ 5,9106, com avanço de 1,30% sobre o real.
No noticiário internacional, Trump subiu o tom contra a China, após o governo chinês ter anunciado tarifa de 34% a partir do dia 9 de abril sobre as importações dos EUA. Em resposta, o republicano ameaçou sobretaxar os produtos chineses em 50% ante tarifa de 34% previamente anunciada.
Europa
As bolsas europeias operam no campo positivo nesta terça-feira, recuperando-se um pouco da pior perda de três dias consecutivos em cinco anos, como consequência do tarifaço de Trump.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia propôs a Donald Trump um acordo de “tarifas zero para ambos os lados” sobre produtos industriais. Ela reiterou que o bloco está disposto a negociar, mas também preparado para adotar contramedidas, se necessário. Trump, no entanto, rejeitou a proposta de imediato.
STOXX 600: +0,69%
DAX (Alemanha): +0,59%
FTSE 100 (Reino Unido): +1,20%
CAC 40 (França): +0,44%
FTSE MIB (Itália): -0,49%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York voltaram para o campo positivo, com os traders acompanhando os desdobramentos das políticas tarifárias de Trump e os possíveis impactos na política monetária.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que há grande preocupação entre líderes empresariais de que as tarifas possam causar amplas interrupções na cadeia de suprimentos e reacender pressões inflacionárias.
Dow Jones Futuro: +1,73%
S&P 500 Futuro: +1,19%
Nasdaq Futuro: +1,00%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com alta nesta terça, recuperando-se das perdas da sessão anterior. As ações japonesas saltaram quando Donald Trump designou dois membros de seu gabinete para dar início às negociações comerciais bilaterais com o Japão após uma ligação com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Shanghai SE (China), +1,58%
Nikkei (Japão): +6,03%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,51%
Kospi (Coreia do Sul): +0,26%
ASX 200 (Austrália): +2,27%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, ampliando as perdas das últimas sessões, motivada por preocupações de que as tarifas dos EUA poderiam reduzir a demanda e levar a uma recessão global.
Petróleo WTI, -0,23%, a US$ 60,56 o barril
Petróleo Brent, -0,26%, a US$ 64,01 o barril
Agenda
Estoques de petróleo semanal nos Estados Unidos.
Por aqui, no Brasil, para reagir ao tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o Brasil pretende ampliar ou retomar negociações comerciais com países asiáticos, Canadá e México. Segundo a Folha de S.Paulo, a estratégia busca compensar a perda de mercado nos EUA com uma postura mais ofensiva. A reativação do acordo Mercosul-Canadá está no radar, com sinais de interesse de Ottawa. No caso do México, a ideia é ampliar o atual acordo de complementação econômica. O Brasil também mira uma aproximação com a Asean e planeja acordos com Indonésia e Emirados Árabes. A guinada à Ásia ganha força com visitas de Lula à região. O governo avalia ainda acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) contra as tarifas americanas, antes de aplicar retaliações via legislação nacional.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
Fonte: ICL Notícias