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“Aldeia Cultural” promove conhecimento por meio de vivência na aldeia Inhãa-bé, em Manaus

Projeto foi um dos contemplados do programa Manaus Faz Cultura 2023, da Prefeitura de Manaus

Com o objetivo de mostrar um pouco da vivência indígena e demonstrar a sua importância para a população, foi realizado o projeto “Aldeia Cultural”, um dos contemplados pelo programa Manaus Faz Cultura 2023, da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (ManausCult).

Idealizado pela artista indígena Thaís Kokama, o projeto “Aldeia Cultural” consistiu em uma visita à aldeia Inhãa-bé, localizada no Igarapé do Tiú, rio Tarumã-Açu, na zona rural de Manaus, como forma de levar conhecimento e gerar aprendizado, por meio da vivência entre os moradores do local e a população.

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“Aqui a gente tem um convívio com a natureza. O mundo está voltado para o nosso estado, para o nosso município e a vivência era para que as pessoas pudessem ter mais conexão com a gente, com os povos indígenas, comendo a nossa comida, praticando a pesca, o arco e flecha, a cantoria, para conhecer de fato a nossa realidade”, destacou a artista indígena, que falou ainda sobre a importância desse aprendizado.

“Ter essa mentalidade do projeto é para mostrar a realidade dos povos indígenas, de modo que as pessoas saibam que no Brasil são mais de 305 povos e mais de 274 línguas faladas em solo brasileiro. Manaus é terra indígena e o Brasil é terra indígena, então todo conhecimento e valorização são muito importantes para todos nós”, ressaltou Thaís Kokama.

Ao todo foram selecionados 40 participantes, que responderam a um questionário com informações gerais e a uma pergunta específica sobre o porquê de serem selecionadas para a vivência. As melhores respostas foram contempladas e ganharam a oportunidade de participar do projeto.

No “Aldeia Cultural”, os participantes tiveram acesso a uma experiência completa, de forma gratuita. A vivência incluiu o traslado, alimentação, participação em todas as atividades, banho de rio e demais experiências proporcionadas pelo cotidiano em Inhãa-bé.

Vivência – Entre as atividades realizadas no projeto “Aldeia Cultural” estavam oficinas de pintura corporal e artesanato, apresentações culturais, apresentação de um desfile de moda com acessórios indígenas, experimentação da culinária regional, entre outros.

Na abertura dos trabalhos, o grupo musical Kuiá, formado por crianças e adolescentes das etnias Sateré Mawé e Tikuna, realizaram a execução do hino nacional brasileiro, além apresentações musicais com música e dança.

Para a pesquisadora e maquiadora Bárbara Ribeiro, 26, uma das selecionadas para participar do projeto, a vivência significou um processo de retomada.

“Sou filha de uma mãe negra e um pai indígena, e sempre tive curiosidade sobre as minhas origens. Fui atuante do movimento negro por muito tempo e agora estou nesse procedimento de retomada, e estar aqui significa conexão, uma busca pela ancestralidade e o momento de ter contato e aprendizado com a vivência dos povos tradicionais. Tenho certeza que essa experiência será única para mim”, explicou a pesquisadora.

De acordo com o artista Adriano Simas, 37, mais conhecido como Adriano Paquetá, a experiência obtida pelo projeto “Aldeia Cultural” é sinônimo de aprendizado.

“Projetos como este servem de estímulo para que as pessoas possam de fato conhecer e vivenciar o que os povos tradicionais têm a oferecer. Há muito a aprender e esses povos conhecem nossas riquezas como ninguém, então estar aqui, próximo aos parentes, significa muito para que possamos somar junto a essas lideranças nesse processo de projeção cultural, de luta e resistência”, afirmou Paquetá.

O artista, que atua como pajé do boi-bumbá Garantido no maior festival folclórico a céu aberto do mundo, o Festival de Parintins, falou ainda do impacto positivo que vivências culturais como essa tem em sua vida profissional. “Sempre busquei conhecer e aprender sobre a cultura indígena e isso permitiu que eu pudesse evoluir no meu trabalho, viver o personagem e mostrar isso a cada apresentação”, destacou.

Troca de experiências – O líder da comunidade Inhãa-bé, o tuxaua Pedro Hamaw Sateré, falou com alegria da experiência de receber outras pessoas para conhecerem o dia a dia na aldeia Inhãa-bé.

“O projeto ‘Aldeia Cultural’ é o pioneiro na aldeia Inhãa-bé e todos ficamos muito felizes por podermos fazer parte disso. Esperamos que mais atividades e projetos como este sejam realizados, para que possamos fazer essa interação, dar um pouco da nossa cultura e receber um pouco da cultura daqueles que vem até nossa aldeia”, ressaltou o tuxaua.

Agradecimento – Para Thaís Kokama, o sentimento é de gratidão à aldeia Inhãa-bé, por apoiarem o projeto, e à Prefeitura de Manaus, pela aprovação do “Aldeia Cultural”. “Agradeço à Prefeitura de Manaus, à Manauscult e a todos que olharam, analisaram e aprovaram meu projeto com muito carinho. Por toda a responsabilidade de aprovar uma indígena, para que a gente pudesse estar mostrando essa vivência incrível”, disse.

Aldeia Inhãa-bé – A comunidade Inhãa-Bé é formada por famílias de indígenas dos povos Sateré-Mawé, Kokama, Tikuna e Mura, além dos mais recentes na aldeia, os Kulina e Tariano. O trabalho na aldeia é voltado para o etnoturismo e o artesanato.

Fotos: Hugo Coelho e Lorena Furtado

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