O presidente do Boi-Bumbá Caprichoso, Jender Lobato, conseguiu quebrar um paradigma que por muitos anos colocou em dúvida até a realização do Festival Folclórico de Parintins. Ele conseguiu unir a parte administrativa e artística sem desmerecer uma para fortalecer a outra. No entendimento do gestor, é importante valorizar o trabalhador que é o grande responsável pela construção do maior espetáculo da Floresta Amazônica.
Historicamente, os bumbás sempre tiveram problemas financeiros por priorizar as apresentações na arena e atrasar o salário dos colaboradores, o que inevitavelmente contribuía para que os bois tivessem problemas na Justiça do Trabalho. Ao assumir o boi-bumbá Caprichoso, ao lado de Karu Carvalho, Jender buscou o equilíbrio na administração.
Uma de suas primeiras ações foi evitar o leilão do Curral Zeca Xibelão, da Escola de Arte, do Galpão de Alegorias e do galpão de figurinos que estavam todos ameaçados. Atualizou o salário de funcionários permanentes como vigiais e trabalhadores do escritório central que estavam atrasados. Enfrentou uma pandemia e, mesmo assim, realizou lives para manter patrocinadores e a torcida próximos do Caprichoso.
Preparou o curral para o recomeço. O boi Caprichoso foi a instituição cultural que mais fez doação de alimentos e mantimentos para a população, para os hospitais, crianças, indígenas e famílias carentes do município. Ainda durante a pandemia efetuou pagamento de marujeiros, dançarinos, tuxauas e outros itens coletivos por participarem das lives do festival, fato inédito na história dos bumbás.
Foi campeão em 2022 e 2023, tornando-se o único presidente que nunca perdeu um festival. Mas, também é o presidente que deu dignidade ao trabalhador, valorização a todos os setores dentro de um planejamento que está semana deixou 100% da folha de pagamento do Boi Caprichoso paga. “Nós honramos todos os nossos compromissos durante quatro anos de gestão, sendo que durante dois anos nós tivemos a pandemia e mesmo assim mantivemos um trabalho sério pautado sempre no compromisso com o trabalhador Caprichoso”, afirmou.
A gestão de Jender tem um outro dado histórico. Além de não deixar que o boi fosse julgado à revelia em ações de administrações passadas, ele não teve nenhum processo novo contra o boi Caprichoso e ainda conseguiu sanar todas as dividas trabalhistas com uma negociação ocorrida durante a semana do Festival. “A negociação limpa o nome do Boi Caprichoso de ações na Justiça do Trabalho e ao mesmo tempo dá ao futuro presidente a possibilidade de firmar convênios com o poder público diretamente nas contas do boi Caprichoso”, disse ele, lembrando que quando assumiu o boi Caprichoso tinha que usar as contas do Movimento Marujada e torcer para que não houvesse bloqueios dos recursos.
O presidente do Boi Caprichoso, Jender Lobato, também recolheu devidamente os impostos dos trabalhadores de carteira assinada. “Tudo isso é uma obrigação de quem está na presidência, mas infelizmente nem todo mundo tinha essa preocupação”, lembra.
O Boi Caprichoso encerra, este ano, o ciclo do presidente que deu orgulho à nação azulada, reduziu as dívidas do bumbá, assegurou o respeito e a valorização do trabalhador e colocou o boi da estrela na testa como referência de gestão, de transparência com recursos públicos, de respeito com o Festival e de referência até ao boi contrário.
Fotos: Michel Amazonas