quinta-feira, setembro 19, 2024
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAZONASspot_imgspot_img

NOTÍCIAS ALEAM

InícioSem categoriaEnchente, terremoto, seca, furacão... Estados da Amazônia Legal não têm nenhuma estratégia...

Enchente, terremoto, seca, furacão… Estados da Amazônia Legal não têm nenhuma estratégia de alerta e nem de contingência, para eventos extremos

O dado foi revelado pelo Achados e Pedidos, que mapeou a implementação de políticas subnacionais para mudanças climáticas na região

A Amazônia Legal, uma das regiões mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas, já vem sofrendo os efeitos das ações antrópicas responsáveis por agravar a crise climática global, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o aquecimento na bacia amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, aumentou entre 0,6°C e 0,7°C, desde 1979.

Estudo do Achados e Pedidos aponta que nenhum Estado que compõe a região da Amazônia Legal possui sistemas de alerta e planos de contingência permanentes para eventos hidrometeorológicos extremos, como inundações, secas, incêndios florestais e ondas de calor. Dos nove Estados, quatro – Acre, Amapá, Mato Grosso e Pará – não têm sistemas de monitoramento para acompanhar o impacto da emergência climática sobre os recursos naturais, a biodiversidade e o clima.

A implementação de políticas subnacionais para gestão das mudanças climáticas na região foi mapeada a partir de informações obtidas em respostas a pedidos de informações via Lei de Acesso à Informação (LAI), bem como dados disponíveis nos portais dos órgãos ambientais de cada Estado. Mais uma vez, o Achados e Pedidos identificou que a transparência de informações e dados públicos por parte dos Estados não é satisfatória.

Os dados foram cruzados com dez indicadores desejáveis para controle da situação de emergência climática na região, divididos em três grupos: governança, mitigação e adaptação. Além do Acre, Amapá, Mato Grosso e Pará, formam a região da Amazônia Legal os Estados do Amazonas, do Maranhão, de Rondônia, de Roraima e do Tocantins.

De acordo com o relatório “Emergência Climática – estratégias subnacionais na Amazônia”, a regulamentação de políticas públicas e de instrumentos de governança pertinentes ao tema é realizada por meio de diferentes dispositivos jurídicos. A maior parte dos Estados criou uma política relativa a mudanças climáticas, com aprovação de lei estadual. É o caso do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, de Roraima e do Tocantins. Já o Amapá e o Maranhão, que não têm mecanismos legais que dispõem sobre as mudanças climáticas, estipularam metas de governança relacionadas à questão no Plano Plurianual (PPA) 2020-2023, instrumento que estabelece as diretrizes, objetivos e metas da administração pública.

 

O papel do governo federal

O relatório indica que, embora os Estados da região tenham desenvolvido políticas e estratégias voltadas para as emergências climáticas, essas medidas se encontram em diferentes estágios de implementação. A descoberta evidencia a importância dos esforços conjuntos para lidar com o problema. No Brasil, existem diretrizes nacionais para a redução dos impactos das mudanças climáticas, estabelecidas por meio da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Entretanto, o país ainda carece de uma coordenação do governo federal para orientar as ações em todo o território.

De acordo com a avaliação de Jéssica Botelho, repórter do Achados e Pedidos responsável pela pesquisa que deu origem ao relatório, “uma governança multinível é fundamental para fortalecer as medidas de mitigação e adaptação das mudanças climáticas. Nesse sentido, a gestão ambiental nacional e as estratégias subnacionais – Estados e municípios –  devem agregar ações de impacto global, regional e local”.

Entre os dias 31.out.2021 e 12.nov.2021, 200 países, incluindo o Brasil, deverão se reunir em Glasgow, na Escócia, para a COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas. Na ocasião, líderes mundiais vão discutir como lidar com a questão. O encontro também permitirá que os países reflitam sobre avanços e retrocessos relativos às metas estabelecidas no Acordo de Paris, cooperação mundial instituída em 2015, cujo objetivo principal é mitigar as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa.

Na conferência, o Brasil terá o desafio de apresentar ações concretas e estratégias para a gestão da emergência climática no país. Segundo a BBC, que teve acesso exclusivo a mais de 32 mil considerações de governos e instituições ao novo relatório do IPCC, o Brasil se opôs a recomendações do órgão para reduzir o consumo de carne no mundo, defendeu a produção de biocombustíveis, além de rebater críticas à política ambiental do governo Bolsonaro.

Principal órgão global voltado para o combate às mudanças climáticas, o IPCC elabora um dos relatórios de maior referência para a COP26.

O projeto Achados e Pedidos

O Achados e Pedidos é uma plataforma que reúne milhares de pedidos de acesso à informação de cidadãos e as respostas da administração pública feitas via Lei de Acesso à Informação (LAI). Desde o início de 2020, o projeto acompanha dados socioambientais do Brasil como forma de monitorar e garantir o acesso a bases de dados e informações na área.

A iniciativa de se voltar para as pautas socioambientais surge devido à situação preocupante de execução de políticas ambientais, agravada durante a gestão do governo Bolsonaro.

O Achados e Pedidos é uma iniciativa da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Transparência Brasil, realizada em parceria com a Fiquem Sabendo e com financiamento da Fundação Ford.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_imgspot_img

Manaus

Segredos para preservar a qualidade do seu colchão

Manter um colchão em boas condições não é apenas uma questão de conforto, mas também de saúde e economia. A qualidade do sono está...

Expoagro 2024: ADS dará destaque a Espaço Agro Sustentável

A 46ª edição da Exposição Agropecuária do Amazonas (Expoagro) 2024, promovida pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural...

Vila Olímpica de Manaus torna-se sede do curso de Educação Física da UEA

O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), firmou, na manhã desta quarta-feira (18/9), uma parceria com...

Inspire Amazônia e Cetam na pesquisa, qualificação e capacitação

O Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) firmou um Termo de Cooperação Técnica com o Instituto Inspire Amazônia para potencializar a execução de...

Ministério Público do Trabalho fiscalizará assédio eleitoral

A procuradora do Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT-AM), Fabíola Bessa Almeida, afirmou, nesta sexta-feira, que o órgão vai receber denúncias por meio...
spot_imgspot_img

POPULARES

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img