Senador também defendeu ampliação do leque de vacinas, com assinatura de contratos antes da aprovação da Anvisa
No terceiro dia de depoimentos na CPI da Pandemia, o senador Eduardo Braga (MDB/AM) cobrou do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a definição de um protocolo de tratamento da covid-19 por parte da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS). “É inadmissível que, um ano, dois meses e dez dias depois do início da pandemia, o Conitec ainda esteja estudando como aplicar um protocolo de tratamento para salvar vidas”, criticou o parlamentar durante o depoimento, nesta quinta-feira (06).
Em tom incisivo, Eduardo Braga ponderou não haver sentido numa discussão política sobre o uso ou não de medicamentos como a cloroquina. “Eu tomei cloroquina para malária, mas não para Covid. A Conitec precisa se reunir”, argumentou, lembrando que hospitais de ponta já definiram um protocolo de tratamento da covid-19.
Campanha publicitária – O líder do MDB no Senado também questionou o motivo de não ter sido feita, até hoje, uma campanha massiva de publicidade sobre a necessidade do uso de máscaras, de álcool gel e de distanciamento social. Na falta da vacina, argumentou, essas são as únicas medidas capazes de frear o contágio.
Outra crítica feita pelo senador Eduardo Braga foi a falta de um plano de reciclagem e treinamento para profissionais de saúde, já que nem todos são intensivistas ou anestesitas, com ampla experiência em intubação. “Então, ministro, a minha pergunta é: há ou não um programa em andamento para que as universidades federais Brasil afora possam criar um programa de treinamento e de aperfeiçoamento dos profissionais que estão atuando na frente da pandemia?”, indagou.
Vacinas – Quanto à imunização, o parlamentar do Amazonas cobrou do ministro a definição de um cronograma definitivo sobre a entrega das vacinas até dezembro desse ano, “porque nós já ouvimos inúmeras previsões que não foram correspondidas”. Braga ponderou que, levando em conta os dados do Ministério da Saúde, que apontam a distribuição, até agora, de pouco mais de 71 milhões de doses de vacinas, ainda faltam mais de 80 milhões de doses para a cobertura da imunização dos grupos prioritários.
“No meu próprio Estado, para onde foi encaminhada 1,625 milhão de doses de vacina, faltam aplicar 795 mil doses para os grupos prioritários”, completou. Braga alertou para que não se repetisse o erro de autorizar a liberação de todas as vacinas para aplicação da primeira dose sem ter a garantia de reposição de estoques para a segunda dose.
Importante ainda, na opinião do senador do Amazonas, é que se amplie o leque de vacinas à disposição dos brasileiros. Para isso, sugeriu, seria preciso assinar contratos sem esperar a aprovação das vacinas pela Anvisa.
Eduardo Braga lembrou os 414.399 brasileiros que já morreram por causa da covid-19 – 12.691 deles no Amazonas – e perguntou se o ministro não considerava que o país já estivesse vivendo uma situação extrema. Pouco antes, Queiroga havia dito que medidas mais extremas de distanciamento social poderiam ser colocadas em prática “dentro de cenários específicos”.
Assessoria de imprensa
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