Finalmente, depois de dar tanto coice em aliados internacionais, o governo Bolsonaro aprendeu a fazer alguma diplomacia. Em um lance pouco comum nos últimos tempos, o Itamaraty e o ministério da agricultura firmaram um acordo com o banco estatal da Alemanha KfW que prevê a doação de até 25,5 milhões de euros para projetos de conservação florestal na Amazônia Legal.
De acordo com o governo, a iniciativa tem como objetivo “expandir e fortalecer práticas produtivas sustentáveis nas cadeias da carne, soja e madeira em estados da Amazônia Legal”. A coordenação da cooperação técnica e financeira entre os dois países ficará a cargo do Itamaraty, com a pasta da agricultura assumindo a execução do projeto junto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Época, Poder360 e Valor repercutiram o anúncio.
Em tempo: E segue a polêmica em torno do posicionamento recente do Brasil nas negociações em torno da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB). Como destacado pelo O Eco, mais de cem entidades e ambientalistas enviaram na 3ª feira (24/11) um manifesto ao governo federal pedindo que o país “reveja imediatamente sua postura” nas tratativas em torno do orçamento do secretariado da CDB para 2021: o Brasil foi o único entre os 196 membros a obstruir a aprovação da matéria, o que pode ameaçar o funcionamento da Convenção a partir de janeiro. Já o diplomata Cleaver de Athayde, que encabeça a equipe do Itamaraty nas conversas sobre clima e biodiversidade, rejeitou a acusação: ao Valor, ele se justificou, dizendo que o representante brasileiro foi excluído de uma reunião virtual que discutiu a proposta de orçamento. Por essa razão, os negociadores brasileiras sugeriram uma nota lembrando que não há acordo para que os órgãos técnicos da CDB negociem de maneira virtual – o que foi rejeitado pelo secretariado da CDB, que publicou documento apontando o Brasil como responsável pela obstrução das conversas.
