Quatro mulheres, abrigadas em barracas improvisadas, resistiram ao calor forte do domingo (6) para mostrar aos moradores do São José 2, bairro da Zona Leste de Manaus, o talento das artesãs.
Elas são sobreviventes de um grupo que luta para não se desintegrar.
Panos de prato, pegador de geladeira, almofadas, tapetes, adornos coloridos ficam em exposição há cerca de 3 anos no pátio em frente ao Conselho Comunitário do Centro Social, do Bairro do São José 2. A coordenadora Margarida da Silva explicou que a falta de apoio vem levando a desistências. “Éramos 12, agora só restam 5. Fazemos tudo com os nossos próprios recursos, não temos dinheiro para investir. Esta feira, que chamamos de Feira de Artesanato do São José 2 representa um complemento de renda para uns e para outros a única fonte de renda. Esse lugar, mesmo improvisado, representa a nossa chance de mostrar que podemos fazer coisas úteis e bonitas, que somos importantes”, declarou Margarida.
A produção artesanal sempre existiu no bairro, mas ficava guardada em gavetas por falta de espaço para exposição. O presidente do bairro, Edmilson Junior, liberou o local para que as artesãs pudessem efetivar as vendas, mas a falta de divulgação tem dificultado o contato com os clientes. “Sem as pessoas saberem que estamos aqui, fica difícil. Queríamos alguma forma de divulgar nosso trabalho para atrair mais gente”, declarou a esperançosa Socorro Cavalcante.
A capitalização dos artesãos e expansão da feira contribuirão para reduzir o número de pessoas ociosas e sem renda no bairro. “Hoje, temos muitos interessados em vir para a feira, mas a grande maioria não pode comprar a matéria-prima. Se conseguíssemos apoio para a aquisição dos insumos e divulgação da feira, a vida de muitos mudaria para melhor”, avaliou Valdeir da Silva Dias, idealizador da feira.