Trump tenta enfraquecer ajuda a países mais pobres a enfrentarem mudanças climáticas

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Depois de suspender o financiamento de organizações voltadas à ajuda humanitária nas áreas da saúde e imigração e refúgio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve enfraquecer um plano global de ajuda a países que enfrentam mudanças climáticas. É o que mostra documento da ONU (Organização das Nações Unidas), ao qual reportagem da Reuters teve acesso.

O documento mostra que a administração Trump se opõe a reformas preliminares do sistema financeiro mundial destinadas a ajudar os países em desenvolvimento. O plano inclui medidas relacionadas à tributação, classificações de crédito e subsídios a combustíveis fósseis.

Além disso, o governo Trump quer que menções a “clima”, “igualdade de gênero” e “sustentabilidade” sejam retiradas do acordo global, em uma clara agenda de costumes.

Segundo a reportagem, o documento também aponta como o governo Trump está tentando instaurar a política “America First” (“America Primeiro”, em tradução livre), que inclui oposição a esforços para desacelerar as mudanças climáticas e promover a diversidade, nas instituições que estão no centro da solução das crises sistêmicas globais.

O documento da ONU se refere ao que foi acordado entre os países no âmbito da 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorre uma vez por década, em Sevilha, Espanha. A próxima edição acontecerá em junho.

A conferência tem o objetivo de influenciar a direção estratégica das instituições financeiras de desenvolvimento do mundo.

Os países concordaram na FFD3, por exemplo, em ampliar os esforços de cooperação tributária para que os países em desenvolvimento possam ajudar a definir as regras e, até maio passado, mais de 140 países estavam envolvidos.

Medidas já vêm sendo boicotadas pelo governo Trump

O rascunho de negociação de 11 de abril está anotado com as posições das 193 nações envolvidas nas discussões. O documento mostrou que os EUA estão buscando enfraquecer ainda mais os esforços de reforma.

O governo Trump quer remover, por exemplo, uma referência a um “pacote de reformas” para o desenvolvimento sustentável. Quer, ainda, substituir uma linha que prometia “comprometer-se a reformar a arquitetura financeira internacional” por um compromisso de “reconhecer a necessidade de melhorar sua resiliência e eficácia em responder a desafios e crises presentes e futuras”.

As mudanças na linguagem não são mera questão semântica. Podem indicar, por exemplo, o grau de compromisso compartilhado que pode então ser usado como apoio para ação ou inação em futuras negociações.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reconheceu a necessidade de superar múltiplos desafios antes da conferência, mas pediu “que todos os países estejam à mesa em Sevilha focados em soluções”.

As reformas globais têm o objetivo de ajudar melhor os países mais pobres a lidar com desastres climáticos, que estão piorando devido às mudanças climáticas, e impulsionar o desenvolvimento econômico usando energia de baixo carbono em vez de combustíveis fósseis tradicionais.

Lembrando que, assim que tomou posse, Trump saiu do acordo climático de Paris da ONU, cortou a ajuda externa dos EUA ao desenvolvimento em mais de 80% como parte de uma reestruturação governamental liderada pelo bilionário Elon Musk e iniciou uma guerra comercial que está prejudicando muitos países mais pobres.

 





Fonte: ICL Notícias

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