Na semana em que se comemorou o Dia Nacional do Diabetes, o presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cirurgião uro-oncologista, Dr. Giuseppe Figliuolo, alerta que a alteração, quando descontrolada, pode comprometer o bom funcionamento do aparelho urinário, potencializando os riscos de infecções urinárias repetitivas e de falência renal, além de potencializar os riscos de desenvolvimento da disfunção erétil.
O Dia Nacional do Diabetes foi lembrado em 26 de junho. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 15 milhões de pessoas convivem com o diabetes.
A alteração é considerada crônica e se caracteriza pelo aumento da glicose no sangue. Ela é dividida em pelo menos quatro tipos: Pré-diabetes, Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2 e a Diabetes Gestacional.
Controle
De acordo com Figliuolo, que atua também na Clínica Urocentro Manaus, o controle do diabetes é feito, basicamente, a partir do uso de medicamentos (com orientação médica) e da adoção de hábitos saudáveis de vida, como a prática de exercícios físicos de forma regular e de uma alimentação regrada, com pouco açúcar (o que envolve a redução de consumo de carboidratos) e com a ingestão de frutas com baixo teor glicêmico, verduras e legumes – preferencialmente crus, pois nesse estado, eles têm mais fibras.
Quando descontrolado, o diabetes pode resultar em consequências graves, uma vez que a doença é considerada fator de risco para problemas cardiovasculares (infartos e acidentes vasculares cerebrais), renais e atinge outros órgãos do trato urinário, alerta o médico, doutor em saúde pública.
Trato urinário e disfunção
“O diabetes pode afetar o trato urinário e genital, causando infecções de repetição, insuficiência renal, bexiga neurogênica e, em alguns casos mais específicos, disfunção erétil (impotência), uma vez que causa o estreitamento dos vasos sanguíneos e a ereção depende do aumento do fluxo de sangue no pênis para acontecer”, explica Giuseppe Figliuolo.
Sobre a infecção urinária, o especialista destaca que, pessoas com diabetes, têm altas concentrações de glicose e menores níveis do peptídeo psoriasina. Além disso, têm tendência a baixa imunidade, o que privilegia o desenvolvimento de infecções.
“O diabetes também traz sérios danos aos rins, comprometendo a capacidade desses órgãos de filtragem e levando, nos casos mais graves, à falência renal e à necessidade de hemodiálise frequente. Por isso, é tão importante manter a glicose em um nível aceitável, que é de 70 mg/dl a 100 mg/ld”, destacou Figliuolo.
Ele alerta que, pré-diabéticos medem, geralmente, glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dl. Os que apresentam a glicemia acima dos 126 mg/dl são considerados diabéticos, mas, para confirmar o diagnóstico, é preciso consultar um endocrinologista, uma vez que pode se tratar de um pico decorrente, por exemplo, da ingestão excessiva de doces em uma ocasião específica.