O preço do ovo nos supermercados registrou um aumento de 19,44% na prévia da inflação de março em comparação com fevereiro, conforme aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado de 2025, os ovos já apresentam uma alta de 25,88%. O IPCA-15 considera a variação de preços entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês de divulgação do indicador.
Especialistas atribuem essa elevação ao aumento do custo do milho, às temperaturas elevadas e à maior demanda durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa.
Por que o preço do ovo aumentou tanto?
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é normal que o preço do ovo aumente antes e durante a quaresma, já que, nesse período, “há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos”.
O problema é que este ano a alta veio um pouco antes do esperado. Um dos principais motivos, segundo Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), é o avanço do custo de produção. “O milho, por exemplo, já aumentou 30% desde julho de 2024. E a alimentação das galinhas é feita, basicamente, com milho”, explicou Tabatha em entrevista ao G1.
Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que o custo com embalagens aumentou “mais de 100%” nos últimos oito meses, e que as temperaturas em níveis históricos “têm impacto direto na produtividade das aves”.
Preço do ovo vai baixar depois da Quaresma?
Os produtores preveem que os preços devem se estabilizar após o término da Quaresma, uma vez que muitos católicos controlam o consumo de carne vermelha nesse período, aumentando a procura por ovos. No entanto, os economistas alertam que a forte procura pode se manter mesmo após essa época, prolongando a alta nos preços.
Tabatha, do IOB, comenta que a instituição tem percebido que, ao longo dos últimos anos, a população tem optado mais pelo ovo como uma proteína básica. “Antes ele era só um acompanhamento”, destaca.
“A gente teve um aumento significativo de consumo nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, o consumo foi de 242 unidades per capita (por pessoa), subindo para 269 unidades em 2024, com uma expectativa de alcançar 272 unidades por pessoa em 2025”, afirma.
Outro fator tem sustentado a forte demanda por ovos é o aumento dos preços das carnes, principalmente devido a questões climáticas, às exportações e ao próprio ciclo pecuário. Quando a inflação desses alimentos aumenta, é comum que o consumidor opte pelos ovos.
Fonte: ICL Notícias