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Pessoas com deficiência falam da importância da acessibilidade e inclusão no ensino superior

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que aproximadamente 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Isso representa quase 25% da população. Superar obstáculos e lutar por mais igualdade, respeito às diferenças e inclusão social faz parte da vida dessas pessoas. E é com o objetivo de ajudar a construir uma sociedade mais acessível para todos que o Centro Universitário Fametro tem buscado oferecer cada vez mais educação e oportunidades para que as pessoas com deficiência possam desenvolver todo o seu potencial.

A universitária paraense Alice Castro Reis tem 25 anos e cursa Design Gráfico. Apaixonada por tecnologia, a jovem sempre sonhou em trabalhar usando computador e não via a hora de estudar na Fametro. “Todo dia quando vinha da escola passava em frente da instituição e sempre dizia pra minha mãe que um dia iria estudar lá”, conta a aluna, que possui múltiplas deficiências, que vão desde a fala, audição e física.

Orgulhosa das conquistas de sua filha, Mauricelia Castro Reis recorda que médicos chegaram a afirmar que Alice jamais conseguiria levar uma vida normal. Até os dez anos de idade, não sentava e falava, mas foi graças à perseverança de sua mãe que ela conseguiu falar as primeiras palavras, deu início à vida escolar, fez curso de informática e agora hoje está prestes a concluir o curso superior.

“Logo no primeiro dia de aula na Fametro, a Alice já contou com uma sala no térreo, com porta larga para passar a cadeira de rodas, banheiro adaptado e com colegas e professores que lhe acolheram. Por isso, sei que quando a Alice vai para a universidade, está indo para a sua segunda casa”, elogia a mãe da aluna.

Louca por animais desde a infância, a paraense Beatriz Vieira Batista, de 23 anos, não teve dúvidas quando escolheu o curso de Medicina Veterinária da Fametro. A jovem possui retinite pigmentosa, uma doença ocular rara, hereditária e degenerativa que causa deficiência visual grave, porém, em momento algum, isso foi um impedimento de realizar o seu sonho de cuidar de animais.

“A instituição é toda acessível, tem elevadores, pisos táteis e os professores adaptam a metodologia para que eu tenha acesso a todo o conteúdo”, relata a aluna, que também conta diariamente com uma intérprete para auxiliá-la, a pedagoga Gerlande Pereira que, inclusive, é egressa da Fametro e especializada em Educação Especial.

“Auxilio a ler o conteúdo, as provas e, principalmente, no suporte nas aulas práticas, que a Beatriz adora fazer e é muito participativa”, explica a educadora, que começou a se interessar por essa área ainda durante a formação, através das aulas de Braile (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão).

Egresso do curso de Pedagogia da Fametro, Alciney Silva, de 34 anos, agora se prepara para iniciar a pós-graduação em Psicopedagogia. Natural de Carauari, no interior do Amazonas, o aluno fala com carinho do legado de sua formação. “Só tenho a agradecer aos quatros anos em que estudei na instituição que me acolheu e me ajudou a me profissionalizar”, disse o estudante, que possui deficiência intelectual moderada.

A escolha do curso de Pedagogia não foi por acaso. Alciney revela que foi motivado por ter sido estudante da Educação Especial e Educação para Jovens e Adultos (EJA), modalidades de ensino que oferecem aprendizagem de forma diferenciada ao seu público. “Com a formação na área poderei ajudar outras pessoas com deficiência”, comenta o egresso da Fametro.

Instituição Inclusiva

Além de todo o cuidado em tornar a infraestrutura de todas as suas unidades mais acessível para quem tem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida, incluindo uma parada de ônibus inaugurada recentemente na avenida Constantino Nery, o Centro Universitário Fametro busca apostar na formação de seu quadro de colaboradores, que são treinados em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e, ainda, possui dez intérpretes que fazem o acompanhamento de alunos com deficiência.

A instituição oferece um ensino inclusivo também através do uso de ferramentas que auxiliam a aprendizagem que estão na Sala Multimeios, onde os alunos têm acesso a dicionários de Libras, impressora em Braile, computador com programa de voz, pranchetas com lupa e de escrita tátil.

Além de alunos e egressos, a instituição também conta com um quadro de educadores e funcionários com deficiência visual, física, auditiva, intelectual, psicossocial e múltipla. “Não olhamos a deficiência, mas sim o ser humano”, ressalta a pró-reitora da Fametro, Cinara Cardoso, que acrescenta que a instituição foca no processo de integração de todos que fazem parte de sua comunidade.

 

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