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Os desafios de Rodolfo Landim, novo presidente do Flamengo

“Queremos o Flamengo campeão de volta”. A frase foi dita por Rodolfo Landim no último dia 3, na entrevista exclusiva ao LANCE! em seu escritório no Leblon, mas poderia ter sido de qualquer rubro-negro frustrado com a falta de títulos expressivos nas últimas temporadas. Presidente eleito no sábado, como candidato de oposição, Landim tem como principal desafio – e promessa – fazer de novo do Flamengo um time vencedor, “que tem vontade ganhar e não aceita perder”.

Apesar da escolha dos sócios por Landim, o candidato dará continuidade ao modelo de gestão que, em seis anos, transformou o clube nos âmbitos financeiro e administrativo. Ele, como Vice de Planejamento, fazia parte do grupo que iniciou a transformação no primeiro mandato de Eduardo Bandeira de Mello, em 203.

No departamento de futebol, no entanto, são aguardadas mudanças e serão cobrados melhores resultados. Para isso, o plano de governo de Landim promete uma reestruturação organizacional da área, com a implantação do Comitê Executivo do Futebol, “extinguindo a concentração do poder de decisão em um só profissional”, e a revisão do processo de relacionamento entre as áreas, dando maior independência entre as áreas de performance, contratação e médica.

Em 2019, o Flamengo disputará Campeonato Carioca, Copa Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. A expectativa é pelo conquista do Estadual e de mais um troféu na temporada, que dará início à gestão de Rodolfo Landim.. Os desafios da nova diretoria, contudo, não param por aí.

RELAÇÃO EXTERNA/PRIMEIRA LIGA

O Flamengo, sob o comando de Eduardo Bandeira de Mello, não manteve uma boa relação com as entidades que comandam o futebol no Rio de Janeiro, Brasil e América do Sul. Estabelecer uma boa comunicação e contato com Ferj, CBF, Conmebol e outros clubes é visto como fundamental para Landim. O mandatário pretende, por exemplo, indicar rubro-negros notáveis para atuarem perante entidades específicas, representando e defendendo o clube em assuntos pontuais.

O futuro mandatário também entende que o Flamengo tem a necessidade de liderar o processo de transformação e melhoria do futebol brasileiro junto às entidades responsáveis e demais clubes, discutindo e propondo ideias para o calendário nacional, por exemplo. A discussão sobre a continuidade da Primeira Liga, por exemplo, deve ser levada à discussão pelo clube junto à CBF.

ELENCO E TÉCNICO

O ano sem conquistas e a saída certa de alguns atletas, como Lucas Paquetá, vendido ao Milan-ITA, faz com que uma reformulação no elenco profissional seja necessária para o ano de 2019, com a chegada de reforços para o setor defensivo e também para o ataque. A nova diretoria não confirma nomes, mas há jogadores com contrato que não fazem parte dos planos para o próximo ano e o clube tentará reposicioná-los no mercado, podendo até usá-los como moeda de troca.

Além disso, dois dos principais atletas do elenco terão situações analisadas individualmente: Diego e Diego Alves. O primeiro, camisa 10, tem contrato válido até julho e desperta o interesse de outros clubes brasileiros, já tendo recebido propostas. A permanência do meia para 2019 será um dos primeiros pontos a ser tratado pela direção, assim como o futuro do goleiro.

Diego Alves entrou em atrito com o técnico Dorival Júnior e o diretor Carlos Noval na reta final do Brasileiro, terminando o ano afastado do elenco profissional. Com contrato até 2020, o camisa 1 é visto como um ativo do clube e não será liberado pela diretoria. Contudo, caso a situação não seja contornada, pode ser usado como moeda de troca, visto que tem fácil reposicionamento no mercado nacional.

Antes disso, porém, Rodolfo Landim precisa definir o comando técnico da equipe. No momento, a tendência é a contratação de Abel Braga.

MARACANÃ, GÁVEA OU ESTÁDIO PRÓPRIO?

Rodolfo Landim vê o Maracanã como a principal alternativa para o Flamengo, desde que os moldes do atual contrato sejam revistos. A ideia é o clube participar diretamente do controle operacional do estádio. Negociar junto ao Complexo Maracanã S.A. e Governo do Rio de Janeiro e chegar a um denominador comum será o grande desafio da direção neste quesito.

Para Landim, o Estádio José Bastos Padilha não é solução para o futebol profissional por conta da capacidade limitada aos torcedores. Quanto ao estádio próprio, o novo presidente não descarta a opção, a qual terá a viabilidade financeira dos projetos estudada em paralelo.

LANCENET

 

Marcos Braz volta ao Flamengo para fazer ‘prioridade se tornar realidade’

“A prioridade é ser campeão”. Essa foi uma das primeiras frases proferidas por Rodolfo Landim logo após ser eleito presidente do Flamengo, em eleição que aconteceu no último sábado na Gávea. Pouco depois, confirmou o nome que terá a responsabilidade de assumir a vice-presidência de futebol e levar a pasta à frente: Marcos Braz.

Durante o ano, Braz cogitou encabeçar uma chapa na corrida pela presidência, mas desistiu e se juntou ao grupo de Rodolfo Landim em agosto. À época, alegou questões pessoais para justificar a decisão.

– A gente precisava desse resultado das urnas para que pudesse, efetivamente, trabalhar. A gente acha que essa transição vai ser tranquila, de maneira responsável por quem vai nos passar as informações. Precisamos disso. Ainda não entramos no clube, ainda não entramos no departamento de futebol. Acredito que, a partir de segunda-feira, se criará essa transição responsável para que possamos ter êxito em 2019 – disse ele, que completou:

– Como esse (novo) técnico, vamos construir as contratações e construir o que vamos precisar em relação ao elenco. Tem muitos jogadores voltando (de empréstimo) e vamos ver isso tudo.

O dirigente não chega a ser desconhecido do torcedor rubro-negro, uma vez que já ocupou o mesmo cargo no clube em 2009, quando o Flamengo foi campeão do Brasileiro. Entre 2005 e 2008, foi diretor de futebol e, neste período, uma Copa do Brasil – em 2006, em cima do Vasco – e dois Carioca – 2007 e 2008, ambos sobre o Botafogo.

O nome de Marcos Braz apareceu como solução para o futebol em outras oportunidades anteriores, como em 2014, quando foi cogitado para ocupar a vaga deixada pelo diretor-executivo Paulo Pelaipe. Nesta época, o vice de futebol era Wallin Vasconcelos, que hoje integra o grupo de Landim. Posteriormente, em 2016, esteve entre os cotados para ocupar o lugar de Rodrigo Caetano, que acabou deixando o Flamengo apenas em 2018.

A última passagem de Marcos Braz pelo Flamengo se encerrou em 2010, quando foi demitido juntamente com o técnico e ex-jogador Andrade, após crise interna que envolveu nomes como Petckovic e Adriano.

Em janeiro de 2015, Marcos Braz foi nomeado pelo então prefeito Eduardo Paes como secretário municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro.

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