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O caminho das Igrejas Inclusivas em Manaus

Há 50 anos surgiu o que seria a igreja inclusiva e desde então, essa abertura religiosa, sofre represálias de grande parte da sociedade, teoricamente cristã, porem extremamente agressiva quanto a esses assuntos. São poucos os grupos que ainda caminham no sentido “contrário” : Lutar para defender a própria fé e mostrar que o amor vence tudo.

Em Manaus alguns grupos se unem com o propósito de receber a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer e Intersex+ (LGBTQI+) como servos e pregam que,  não importa a sua orientação sexual para amar a Deus.

A primeira igreja inclusiva no Brasil surgiu em 1991 e foi batisada “Primeira Igreja inclusiva Acalanto”. Não durou muito tempo, pois extinguiu-se em meio a militância da comunidade, e se tornaram mais movimento social do que igreja.

A Nova Igreja Apostólica Inclusiva (NIAI) que é oriunda da Igreja Apostólica da Renovação Inclusiva (IARI), tem uma abordagem diferente sobre esse tema. O pastor André Rodrigues, da NIAI,  explica que a igreja foi fundada como uma igreja evangélica, com foco na vida social dos fiéis. Os membros pregam a fé e vão muito além do que está escrito, colocando em prática os preceitos de Deus na forma no dia-a-dia, como acreditam ser a intenção das Leis.

“Focamos menos na religiosidade e mais no amor incondicional. Acreditamos que nada se faz na força ou violência, mas pelo Espírito. De forma mais plausível possível tentamos nos aproximar dessas pessoas, que por mais que sejam desprezadas, no fundo desejam o mínimo de respeito e conforto. Alguns deles tratam a sexualidade e gênero como praga, e nós tentamos mostrar justamente o contrário, de forma que eles não se confundam”, explica Rodrigues.

Em Manaus a pioneira surge no início do século 21 como o nome Igreja Apostólico da Renovação Inclusiva (IARI), que fechou as portas em 2015. Atualmente em Manaus existem três igrejas inclusivas, a Fraternidade Amigos do Evangelho (FAF); O Ministério Avivar e a Nova Igreja Apostólica Inclusiva (NIAI).

Fé e Preconceito – Reconstituir a dignidade cristã das pessoas foi o pontapé inicial para criação das igrejas, sendo a comunidade LGBTQI+ como público-alvo para que todos sejam capazes de adorar a Deus.

O Bispo Renato de Souza da FAF destaca que os LGBT’s precisam ser firmes e seguir o caminho da palavra de Deus. “Tenho esperança de que nossas comunidades se fortaleçam e se edifiquem para suportar as perseguições e se impor como verdadeiras comunidades cristãs”, comentou Souza. Renato falou ainda sobre as dificuldades que passou quando fundou a igreja, mas que, com muita fé em Deus, conseguiu vencer, constituir e consolidar a igreja inclusiva mais antiga de Manaus.

Por muitos anos membros de religiões tradicionais tendem a impugnar a formação de novos grupos religiosos voltados aos homossexuais. Segundo o pastor Rafael Montebranco do ministério AVIVAR, ainda existe muito preconceito das igrejas tradicionais. “Algumas vezes pessoas entravam em nossa igreja para tentar atrapalhar o culto. Outras vezes ficavam na frente da igreja com as mãos erguidas orando contra nós. Chegaram até a vandalizar a frente de nosso templo algumas vezes”, relatou. O Pastor também contou em entrevista ao Arauto da Diversidade que celebrou o primeiro casamento homossexual em Manaus, onde o ministério é apto a realizar o matrimônio com efeito civil e está devidamente regularizada.

A Igreja tradicional, Igreja Católica e a Ideologia de gênero
Inicialmente, nos anos 70 a “ideologia de gênero” surgiu como termo para empoderar as mulheres que naquela época eram ridicularizadas. O objetivo seria para revolucionar a ideia onde o homem é superior. Anos mais tarde, em 1994, o termo aparece em um documento intergovernamental na conferência da população do Cairo, na assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que é voltada às causas LGBT’s e as mulheres que são oprimidos na sociedade. Em 2012, foi realizado o seminário LGBT no Congresso Nacional, “Respeito à diversidade se aprende na infância e na adolescência”.

No atual governo, muito se questiona sobre a tal ideologia, o presidente Jair Bolsonaro alega que o termo  “ é coisa do capeta”. O histórico do presidente é bem longo em relação a essa questão, onde ele ainda afirma que as leis devem proteger a maioria e não aceita que este projeto entre nas escolas. “Se querem que eu acolha isso, apresentem uma emenda à Constituição e mudem o artigo. Como não tem como emendar a Bíblia, vou continuar acreditando nisso. Família é homem e mulher”, declarou.

Em 2018, o Papa Francisco fez uma declaração pertinente em um programa de televisão onde o apresentador afirmava que não era cristão, mas foi a Roma buscando respostas sobre fé e sua homossexualidade. “Todos somos seres humanos, temos dignidade. Se uma pessoa tem uma tendência ou outra, isso não lhe tira a dignidade como pessoa. As pessoas que decidem rejeitar o outro por um adjetivo não têm coração humano”, declarou o Papa.

“Conhecendo talvez um dos Papas mais progressistas da história, a resposta do pontífice  agradou : “Sua franqueza e resposta me impressionaram”, declarou o comediante Stephen K. Amos,  em suas redes sociais,  com a alegria de sentir-se aceito pelas palavras do Papa.

A equipe do ‘O Arauto da Diversidade’ tentou inúmeras vezes fazer contato com a Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas (Omeam) por meio do número xxxx- 1287 e xxxx-7171, porém, sem sucesso.

A equipe se mantém a serviço do bom jornalismo e disponibiliza um espaço para um posicionamento oficial da ordem caso essa queira emitir opinião acerca do tema.

Fotos: Divulgação.

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