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Foi depois do envenenamento quase fatal ocorrido em 2020 que Alexei Navalny começou a escrever o livro “Patriota”. Nele, o autor relembra a história do colapso soviético e a abertura da Rússia para o sistema capitalista, o surgimento de uma nova classe de oligarcas sedentos por poder, o governo e a derrocada de um fraco Bóris Yeltsin, assim como a ascensão de um líder autoritário, a quem se oporia até o fim de seus dias: Vladimir Putin.
Navalny acabou morrendo na prisão em fevereiro de 2024 e a obra está sendo lançada agora no Brasil pela Editora Rocco. O ICL Notícias publica com exclusividade o primeiro capítulo.
No livro, o autor conta os caminhos de sua carreira política, os muitos atentados que sofreu e também seus entes queridos, e a campanha que travou contra um regime cada vez mais violento. Como seria de se esperar, Navalny constroi uma narrativa em que se coloca no papel de heroi, algo que é sempre questionável.
Mesmo entre a esquerda russa ele não era uma uninamidade, por conta do discurso nacionalista cuja inconveniência política todos os democratas conhecem.
Mas ao colocar em xeque a figura de Putin, o autor de “Patriota” prestou um serviço de grande utilidade, especialmente em um país em que o autocrata poderoso elimina todas as vozes discordantes.
No cenário mundial, em que os governantes autoritários têm ganhado cada vez mais terreno, conhecer de perto os desmandos de Putin, um dos mais antigos exemplares dessa espécie, é algo praticamente indispensável. Navalny nos dá uma excelente contribuição nesse sentido.
Além disso, o livro tem relato emocionante de seus últimos anos, passados na prisão mais brutal da Terra. Definitivamente, é uma trajetória extraordinária, que teve um fim trágico.
Fonte: ICL Notícias