As últimas pesquisas feitas por membros da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam que nove a cada 10 homens podem ter a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) até os 80 anos de idade. O aumento benigno da próstata, que não está relacionada com o câncer de próstata, segundo o urologista Flávio Antunes, pode interferir no fluxo de urina e, caso não tratada, levar a situações mais sérias, como alteração das funções renais, sangramento e até a necessidade de hemodiálise.
HPB é um processo relacionado ao envelhecimento masculino, com prevalência histológica de 10%, 50% e 90% respectivamente aos 25, 60 e 80 anos de idade. Embora suas manifestações clínicas ocorram menos comumente que a HPB histológica, elas avançam com a idade. Aos 55 anos, cerca de 25% dos homens apresentam sintomas de esvaziamento e aos 75 anos, cerca de metade queixam-se de redução da força e do calibre do jato urinário.
Para que se possa entender a Hiperplasia Prostática Benigna, tão comum entre os pacientes do sexo masculino, é importante conhecer sobre a glândula prostática. Esta pesa, em situação normal, cerca de 20 gramas e está localizada entre o reto e a sínfise púbica. Segundo Flávio Antunes, quem tem a hiperplasia prostática benigna pode ter dificuldade para urinar, sentir dores durante a prática e há o aumento da frequência para urinar.
“Jato urinário fraco e intermitência são sintomas de altíssima prevalência em indivíduos com HPB. O aumento da próstata está relacionado com o hormônio testosterona, por isso quanto maior for a idade do homem, mais ele terá probabilidade de desenvolver a doença. Isso porquê a próstata terá sofrido por mais tempo com o hormônio. Outros fatores que estão relacionados com o surgimento ou a causa do agravamento da hiperplasia prostática benigna são: o aumento do colesterol; o aumento do triglicerídeos; o aumento da glicose; obesidade e o sedentarismo, que em conjunto denominamos de síndrome metabólica”, destaca o profissional.
Um estudo feito no ano passado com 250 pacientes suecos com HPB mostrou também haver relação positiva com pressão arterial diastólica elevada, IMC acima de 30 e relação negativa com os níveis de HDL. Os especialistas concluíram que HPB seria um dos componentes da síndrome metabólica, um conjunto de anormalidades metabólicas relacionadas a um defeito na receptação da glicose e secundárias à hiperinsulinêmica.
Alguns estudos sugerem predisposição genética para HPB. Cerca de 50% dos homens com menos de 60 de idade anos submetidos a cirurgia prostática apresentariam consistente herança autossômica dominante.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da hiperplasia prostática benigna é feito por meio do histórico clínico, da ultrassonografia, da Fluxometria/estudo urodinâmico que detalha o ato de urinar, e o exame do toque retal e de exames de sangue, com a determinação do antígeno prostático específico (PSA).
“O tratamento, na maioria das vezes, é feito com medicamentos, mas em alguns casos o procedimento cirúrgico é indicado. Essa indicação é feita quando tratamento com medicamentos não deu boas respostas ou há sangramento da próstata, infecções urinárias recorrentes e alteração da função renal. No entanto, no geral, os medicamentos são eficientes em 80% dos casos, diz o urologista.
Com o início do tratamento, a melhora clínica é sentida nos primeiros dias de tratamento, que se mantém com a terapia continuada. Uso de alfabloqueadores sofre pouca influência pelo tamanho da próstata ou pelo valor do PSA. Sua principal indicação reside nos pacientes com próstata de pequeno tamanho, que necessitam de rápido alívio dos sintomas. Ocorre diminuição de 30 a 40% nos sintomas de esvaziamento e melhora de 16 a 25% no fluxo urinário máximo.
Já o procedimento cirúrgico, ao longo dos últimos anos, evoluiu bastante e é feito por meio endoscópico. Esse tipo de cirurgia diminui o tempo de internação e de recuperação do paciente. A alimentação saudável e a prática de atividades físicas ajudam na prevenção, então são indicadas a prática desde a juventude.
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