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O mercado financeiro aumentou sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) subiu de 2,02% para 2,14%. Apesar da revisão positiva do crescimento econômico, o cenário inflacionário segue pressionado.
A mediana do mercado financeiro para a projeção da inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025, continua em 5,50%, acima do teto da meta fixada em 4,5%.
Com isso, cresce o risco de o BC ter de justificar, novamente, o descumprimento da meta — o que já ocorreu em 2024 e pode se repetir em junho deste ano, se a inflação permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.
O relatório também manteve inalteradas as expectativas para 2026 e 2027: crescimento econômico moderado, inflação próxima a 4% e juros altos.
Desde janeiro de 2025, o Brasil adotou o regime de meta contínua de inflação, em que a inflação acumulada em 12 meses é avaliada todo mês — e não apenas ao fim do ano, como era antes.
A meta e o índice de preços são definidos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), e o Banco Central é responsável por tomar medidas para manter a inflação dentro dos limites estabelecidos.
Previsão do mercado financeiro para os juros segue em dois dígitos
A mediana do mercado financeiro manteve a taxa básica de juros (Selic) em níveis elevados no médio prazo, como reflexo da pressão inflacionária e a necessidade de manter a credibilidade da política monetária.
A projeção para o fim de 2025 permaneceu em 14,75% ao ano, patamar considerado restritivo. Para 2026 e 2027, as expectativas são de 12,50% e 10,50%, respectivamente.
Dólar e comércio exterior
As expectativas do mercado financeiro para o câmbio mostraram leve alívio. O dólar projetado para o fim de 2025 recuou de R$ 5,82 para R$ 5,80. Para 2026, a estimativa se manteve em R$ 5,90.
Na balança comercial, o superávit previsto para 2025 foi ajustado para US$ 74,8 bilhões, pouco abaixo dos US$ 75 bilhões anteriores.
A entrada de investimento estrangeiro direto segue estimada em US$ 70 bilhões tanto para 2025 quanto para 2026, indicando estabilidade no fluxo de capital produtivo, apesar das incertezas internas.
Resumo das previsões do mercado financeiro por ano:
2025
- PIB: 2,14% (↑)
- Inflação (IPCA): 5,50% (acima do teto da meta de 4,5%)
- Juros (Selic): 14,75%
- Dólar: R$ 5,80 (↓)
- Balança comercial: US$ 74,8 bilhões de superávit (↓)
- Investimento estrangeiro direto: US$ 70 bilhões (estável)
2026
- PIB: 1,70% (estável)
- Inflação: 4,50% (dentro do teto da meta)
- Juros: 12,50% (estável)
- Dólar: R$ 5,90 (estável)
- Balança comercial: US$ 78,5 bilhões de superávit (estável)
- Investimento estrangeiro: US$ 70 bilhões (estável)
2027 e 2028
Fonte: ICL Notícias