O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação de 2025 pode “surpreender positivamente”. Entre os motivos estariam a supersafra prevista para este ano, o comportamento do câmbio e o cenário geopolítico externo como fatores que devem contribuir para o controle da inflação e o crescimento da economia brasileira. A declaração foi feita durante o evento “Rumos 2025”, promovido pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda (24).
A fala de Haddad vai ao encontro das projeções do Boletim Focus, que reduziu pela segunda vez consecutiva a projeção da inflação para este ano. A média dos analistas do mercado financeiro consultados baixou a expectativa de 5,66% para 5,65%.
O centro da meta de inflação do Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Haddad: juro alto causou endividamento e consignado para CLT é questão de justiça
Durante o evento do jornal Valor, Haddad ainda falou sobre a nova modalidade de consignado para trabalhadores CLT e MEI, batizado pelo governo de Crédito do Trabalhado. Para ele, é uma “questão de justiça”, e está inserido em uma agenda microeconômica que está descolada da discussão macro, em meio a juros altos.
“Por que o trabalhador do setor privado não pode ter o mesmo benefício do servidor público e dos aposentados? Não foi a dívida que superendividou a pessoa, foram os juros”, disse o ministro.
Haddad também citou o teto para os juros rotativos, mencionando que se trata de uma medida para “evitar a superexploração da parte mais vulnerável, que é justamente aquela pessoa que está precisando de um crédito para uma emergência e cai numa trama que o impede de respirar”.
“Essa medida é estrutural, não tem a ver com a conjuntura de juros Selic. Precisamos criar condições macro e microeconômicas para o Brasil”, falou o chefe da Fazenda. “Sem essa agenda micro, acompanhada da macro, essas receitas mais ortodoxas não vão ajudar a economia brasileira”.
“Ficamos muito tempo prisioneiros de um modelo com altos déficits primários, com cerca de R$ 2 trilhões de déficit acumulado. Vinha faltando uma agenda microeconômica do país para ajudar a nossa economia”, disse Haddad.
Fonte: ICL Notícias