Em todo o Brasil, os amazonenses são os maiores consumidores per capita de peixe, com aproximadamente 57 quilos por pessoa durante o ano. Os dados são da Universidade de São Paulo, em estudo alimentar realizado em 2010. E essa quantidade provavelmente, nos dias atuais, é bem maior, se levados em consideração os valores das demais proteínas (frango, porco e boi) e os benefícios do consumo da carne de peixe, amplamente divulgados..
Além disso um fenômeno relativamente novo no cotidiano dos amazonenses colabora significativamente para o consumo de peixes entre as crianças e idosos: O peixe sem espinhas, mais seguro para os jovens que não sabem “catar” e também para os mais experientes, que já não enxergam perfeitamente.
A técnica de retirada de espinha de algumas espécies de peixes (principalmente tambaqui) se popularizou nos anos 2000, principalmente nas zonas urbanas. Feirantes se especializaram e cobram pelo serviço, melhorando o faturamento. E apesar de já conhecida, nem todos sabem tirar as espinhas. Até os dias de hoje muitos ainda querem aprender.
Para atender a essa demanda de aprendizado nas comunidades, a unidade local de Parintins do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), realizou no último sábado, 13 de setembro, na comunidade de Nova Olinda do Borralho, zona rural do município de Parintins, a capacitação destinada aos pescadores artesanais e agricultores intitulado ‘Boas Práticas na Manipulação de Pescado e Retirada de Espinha de peixes”, com a participação de 22 pescadores da localidade.
“Percebemos que a população que vai às feiras sempre busca o pescado sem espinha. Então, se essa é uma exigência de quem compra, a possibilidade de os pescadores oferecerem esse serviço e aumentarem seus ganhos é muito grande. Sendo assim, buscamos os especialistas para levarmos esse conhecimento às comunidades”, explica Rickson Valente, gerente da Unidade Local (UnLoc) do Idam de Parinitns.
A capacitação
Cada etapa do curso teve duração de quatro horas, com as aulas divididas entre teoria e prática. As palestras foram ministradas pela eng. pesca Eveli Cristiane dos Santos (SEPROR), pela técnica em desenvolvimento florestal Hosana Marialva (ADS), e pelo técnico extensionista do Idam, Djavan Brito. Ao término do curso, todos os participaram receberam seus diplomas.
“É importante levarmos novos conhecimentos aos nossos agricultores, que também são, quase todos eles, pescadores artesanais. É mais uma possibilidade de renda, já que agregarão valor ao pescado que oferecem. Esse é o papel do Idam, contribuir para a melhoria na qualidade de vida das famílias que atendemos”, Tomas Sanches, diretor-presidente do Idam.
A capacitação foi atendida pelo Idam com a colaboração da Secretaria de Produção Rural (Sepror), e da Agencia de Desenvolvimento do Amazonas (ADS), além da Secretaria Municipal de Produção Agrícola de Parintins (SEMPA).