Na quinta-feira (3) o Ibovespa conseguiu driblar o mau humor global após o “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas, nesta sexta-feira (4), o Brasil não conseguiu escapar do tsunami que vem engolfando os mercados mundiais. O principal indicador da Bolsa brasileira derreteu 2,96%, aos 127.256,00 pontos, uma perda parruda de 3.884,65 pontos.
A semana, assim, termina com menos 3,52%, a pior desde os cinco pregões entre 12 e 16 de dezembro de 2022, quando fechou com menos 4,34% acumulados.
O dólar, por sua vez, disparou absurdos 3,68% ante o real, encerrando as negociações cotado a R$ 5,8350.
O fato é que, agora, a escalada do superprotecionismo de Trump ganhou novos contornos. Virou briga de cachorro grande, para ficar no jargão popular.
A retaliação da China ao plano tarifário dos Estados Unidos impulsionou o dólar ante moedas emergentes, com o receio dos impactos da guerra comercial na economia mundial.
Um dos países mais atingidos pelo pacote de Trump, anunciado na quarta-feira (2), o governo chinês anunciou nesta manhã tarifa de 34% sobre todas as importações dos Estados Unidos. A tarifa retaliatória entra em vigor a partir de 10 de abril.
Também repercutiu nos mercados declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), Jerome Powell, sobre o pacote de Trump. Ele demonstrou preocupação com o risco de as tarifas elevarem o desemprego e, provavelmente, a inflação, o que torna ainda mais difícil a tarefa do Fed na condução da política monetária.
“Agora está ficando claro que os aumentos de tarifas serão significativamente maiores do que o previsto”, assinalou Powell, em uma declaração por escrito, durante um evento em Arlington, na Virgínia.
“É provável que o mesmo ocorra com os efeitos econômicos, que vão incluir uma inflação maior e uma desaceleração do crescimento”, afirmou, acrescentando que é “cedo demais” para considerar mudanças na política monetária americana.
Por aqui, a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 8,15 bilhões em março, crescimento de 13,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando o superávit foi de US$ 7,16 bilhões. Esse é o melhor desempenho registrado para o mês de março desde 2023, quando o superávit atingiu US$ 10,75 bilhões.
No âmbito corporativo, as ações das petroleiras foram as que mais caíram no pregão pelo segundo dia seguido
Mercado externo
Nos Estados Unidos, as bolsas amargaram mais um dia de queda substancial.
O Dow Jones fechou o dia com -5,50% e a semana com -7,86%; o S&P 500, -5,98% e -9,00%, respectivamente; e o Nasdaq, -5,82% e -10,02% na semana.
A propósito do índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, o indicador entrou em bear market, jargão econômico para período prolongado de queda.
Fonte: ICL Notícias