Mesmo enfrentando a pandemia, em 2021, o Brasil saiu da 13º para a 7º posição entre os países do mundo com mais empreendedores estabelecidos, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e do Sebrae. O país já soma 14 milhões de pessoas, entre 18 e 65 anos, com algum negócio com mais de 3,5 anos. Nesse contexto, cada vez mais pessoas sonham ter a própria empresa, em diferentes ramos. Mas independente da área escolhida, quem já atua empreendendo garante que um ‘detalhe’ é importante para o passo inicial: buscar uma formação profissional.
“A formação técnica ajuda muito, porque junta teoria e prática para o melhor desenvolvimento de quem quer empreender ou já tem o próprio negócio”, afirma a professora Esteliane Andrade, do Centro de Ensino Técnico (Centec) de Manaus. Além de ministrar a disciplina de ‘técnica em estética capilar’ na escola, ela é empreendedora do ramo de cosméticos e cuidados pessoais.
“A minha dica para quem quer abrir o próprio negócio é investir em conhecimento, porque isso é tudo. É o que vai te dar segurança no momento em que você estiver a frente de um empreendimento. É importante também saber gerir e acompanhar as tendências do mercado, algo que pode ser aprendido nas aulas práticas de um curso e ao ter contato com outros profissionais”, afirma a docente empreendedora.
A mesma pesquisa IBQP/Sebrae aponta ainda que quase metade (47%) dos empreendedores iniciais brasileiros (empresas com menos de 3,5 anos) têm apenas o ensino médio completo. Por outro lado, 28,5% dos novos empresários têm curso superior, melhor resultado do estudo desde 2013.
Formado no curso técnico em Administração pelo Centec, João Vitor Diniz, 22, diz sempre ter almejado ter uma empresa. Assim, se uniu a um amigo, que virou sócio, e criou a ‘Tecmais – Serviços de Informática’, onde ele se tornou diretor comercial. Ao lembrar do caminho trilhado, ele ressalta a importância da formação profissional.
“As técnicas de administração me fizeram ter um olhar cauteloso sobre a empresa. O que me rendeu muita experiência foi participar de seminários, trabalhos e atividades que o Centec faz. Em cada apresentação, eu melhorava meu desempenho e treinamento para atendimento ao público. Desenvolvia técnicas para prender a atenção e desenvolver uma leitura do cliente, o que hoje considero fundamental para tocar meu negócio”, conta o pequeno empresário.
Expectativas
Aluna do curso técnico em Estética do Centec, Jeane Angelim, 18, diz já ter iniciado o curso visando abrir o próprio negócio. Entre aulas práticas e estudos teóricos, ela vem pensando como quer que seja o empreendimento. “Quero iniciar uma primeira unidade futuramente, já com cara de franquia. Daí por diante, trabalhar na descentralização das atividades e difundir a minha marca, oferecendo serviços nas áreas facial, corporal e capilar”, explica.
Ela ressalta ainda a importância que a formação técnica tem tido neste processo e o porquê considera ter o próprio negócio a melhor opção. “A parte técnica e conceitual que aprendemos nas aulas nos dão credibilidade para sermos gestores na área, não apenas profissionais de execução para outras empresas. E tem também essa diferença, porque quem é empreendedor tem mais projeção de crescimento”, comenta.
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