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“Clarice Lispector & Eu – O Mundo Não É Chato”. Espetáculo que homenageia os 10 anos de clarice,  faz quatro apresentações gratuitas no Teatro Manauara, em Manaus.

“Clarice Lispector & Eu – O Mundo Não É Chato” é uma reflexão amorosa sobre a vida. A peça, contemplada no edital da Lei Aldir Blanc da Prefeitura de Manaus, faz quatro apresentações gratuitas nos dias 28 e 29 de dezembro – segunda feira 19h e 21h ; terça feira 19h e 21h, no Teatro Manauara em Manaus. Com humor e leveza, a atriz Rita Elmôr e a escritora Clarice Lispector se misturam ao contar as suas histórias.

Os textos da homenageada Clarice Lispector e a histórias pessoais da atriz se unem e por vezes, a história  de uma serve a da outra, fazendo com que o espectador no decorrer da ação, nem sempre saiba quem está falando. Esse mistério é parte da graça da montagem. A peça, como numa conversa entre amigos, convida o público a refletir sobre diversas situações cotidianas com um olhar inteligente e bem humorado.

A valorização da palavra

A peça começa com a narrativa de um fato curioso. Na primeira produção profissional da carreira da atriz Rita Elmôr, em 1998, ela interpretava a ucraniana-brasileira Clarice Lispector (1920-1977). A caracterização era feita pelo maquiador João Roberto Pereira (1944-2014), o famoso Gilles, que maquiou a escritora nos seus últimos anos de vida. O resultado é que Elmôr ficava tão parecida com a personagem que as fotos de pulgação dessa peça, desde então e até agora, são frequentemente utilizadas como imagens da própria Clarice. Em outras palavras, muita gente publica fotos de Elmôr como se fosse Lispector.

Para além de uma óbvia reflexão sobre o uso (inadvertido) da imagem em tempos de explosão de conteúdo, “O mundo não é chato” propõe, como ponto de partida, uma sensação sobre de que modo possivelmente nos perpetuaremos na Terra. Esse desejo de alongar a existência, que aparece na cena dos coveiros em “Hamlet”, mas também, na grade atual de programação do Rio de Janeiro, no monólogo “Vaga Carne” e no musical “Ordinary Days”, é questão humana e, por isso, cara. É como ser humano que Rita Elmôr se anuncia como personagem de si mesma diante do público olhando para as narrativas de Clarice Lispector. E, porque a obra dessa escritora é um dos melhores exemplos de nossa literatura de pesquisa sobre o interior do homem, enquanto concepção estética de espetáculo teatral, esse é um grande feito.

A dramaturgia contempla também narrativas colhidas da obra de Clarice: trinta e seis recortes aprovados pela família da autora. “A paixão segundo G.H.” e vários contos são facilmente identificados. A beleza está no modo como Elmôr vence o desafio de atualizar isso para teatro. Sem recorrer ao impulso grosseiro de supervalorizar a ação, criando situações que às vezes nem existem como meios de fazer a interpretação negativamente se sobrepor à literatura, “O mundo não é chato” investe na sensibilidade introspectiva, no comedimento, na força da palavra, sustentando-se naquilo que Clarice era melhor: a reflexão. Versões teatrais da obra de Lispector são frequentes, e ficarão ainda mais numerosas em 2017 devido à celebração dos quarenta anos de falecimento da escritora. No entanto, é raro encontrar boas montagens, como “Simplesmente eu, Clarice Lispector”, com Beth Goulart; e “Silêncios claros”, com Esther Jablonski; e como essa aqui infelizmente.

Texto: Clarice Lispector e Rita Elmor

Elenco: Rita Elmor

Direção: Rubens Camelo

Cenário e Luz: Paulo Denizot

Figurino: Mel Akerman

Coordenador de Produção: Fabrício Chianello

Direção de Produção: Fernando Duarte

Produção Local: Carolina Bim

Realização: Smille Produções Artísticas

Serviço

Dias 28 e 29 de dezembro de 2020

Segunda feira 19h e 21h

Terça Feira 19h e 21h

Entrada gratuita. Ingressos no ingressodigital.com

Lotação: 300 lugares

Teatro Manauara

Shopping Manauara

Av. Mário Ypiranga, nº 1300 • Loja LSL04 • 1° Piso Buriti
Manaus • AM

Inf.: (92) 3342-8032

republicado de LIVRARIANOBEL.COM.BR

A estátua homenageando a escritora Clarice Lispector é a primeira a homenagear uma artista mulher

O Rio de Janeiro foi (e ainda é) palco de grande atividade cultural. No que se refere à literatura, abrigou importantes escritores, como Machado de Assis (1839-1908), que utilizava frequentemente como cenário as ruas do centro da cidade, Lima Barreto (1881-1922), conhecedor do subúrbio carioca, e Vinicius de Moraes (1913-1980), que buscava sua inspiração nas praias da zona sul. Algumas destas figuras ganharam justa homenagem em pontos turísticos. Podemos visitar a famosa estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) na praia de Copacabana, as de Machado, Manuel Bandeira (1886-1968) e Joaquim Nabuco (1849-1910) na entrada da Academia Brasileira de Letras, a de Lima Barreto na Lapa, João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) no Leblon. Existe mesmo um roteiro elaborado com indicações da localização de cada estátua simbolizando os autores.

A novidade, este ano, é a construção da escultura de Clarice Lispector (1920-1977) na praia do Leme, primeira homenagem a uma mulher das letras. Ela foi modelada pelo artista Edgar Duvivier, pai de Gregório Duvivier, humorista e escritor, que também apoiou o projeto. Além deles, os responsáveis pela iniciativa foram a atriz Beth Goulart, que interpretou Lispector no teatro, e a professora de literatura Teresa Monteiro, biógrafa da escritora, de quem teria partido a ideia. A escolha do local, próximo ao Posto 1, se deve ao fato de a autora ter residido no bairro por doze anos, juntamente com seu cachorro Ulisses, também representado na escultura.

Clarice representa uma importante mudança de parâmetro na literatura brasileira, com seu estilo em fluxo de consciência que desafiava as exigências realistas/sociológicas da crítica. Apesar da apropriação de frases soltas de sua obra (se não inventadas) como autoajuda nas redes sociais, a escritora ainda é bastante lida e estudada. Além disso, face às inúmeras estátuas de escritores homens, é importante simbolizar uma artista mulher, numa época em que muito se discute sobre feminismo e empoderamento das minorias. Torçamos para que não se torne mero adereço turístico, sujeito a depredações, como a estátua de Drummond, e que sirva de incentivo ao conhecimento da rica literatura da ucraniana naturalizada brasileira, autora de romances canônicos como A Hora da Estrela, A Paixão Segundo G.H., e diversos contos e crônicas.

 

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