Doença apresenta formas distintas, mas diagnóstico e tratamento precoces podem garantir mais de 90% de chances de cura
O Brasil é um país tropical com alta incidência solar durante todo ano, o que facilita a ocorrência do câncer de pele se torne mais frequente que em outras partes do globo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), anualmente são diagnosticados 180 mil casos novos da doença. Isso significa que um em cada quatro novos casos de câncer é de pele, no Brasil. Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção desde a infância, durante todo o mês é celebrada a campanha Dezembro Laranja,cujo movimento em 2019 tem como tema “Sinais do câncer de pele”, no qual o principal objetivo é alertar sobre os sinais do câncer de pele para diagnóstico e tratamento precoces. A dermatologista do Hapvida Saúde, Lívia Lima, explica que esse tipo de câncer é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele e se manifesta de diferentes formas distintas. Quando detectada precocemente, a doença tem mais de 90% de chance de cura. “Os cânceres de pele mais comuns são os carcinomas basocelular e espinocelular, os quais apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, é o mais agressivo e potencialmente letal”, alerta a médica.Em todos os casos, a exposição excessiva e sem proteção ao sol é um dos fatores determinantes de risco para desenvolver a doença , que pode se manifestar como uma pinta ou mancha, geralmente acastanhada ou enegrecida; como uma pápula ou nódulo avermelhado, cor da pele e perolado (brilhoso); ou como uma ferida que não cicatriza.Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer são histórico familiar; pessoas de pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros; que trabalham frequentemente expostas ao sol, sem proteção adequada; exposição prolongada e repetida ao sol na infância e adolescência.
Prevenção
Baseada nas orientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a especialista Lívia Lima recomenda a adoção de medidas fotoprotetoras, principal arma na proteção contra rugas e câncer de pele:
– O uso do filtro solar com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30 é recomendado o uso diário, o qual deve ser aplicado 30 minutos antes de sair de casa, de forma uniforme por toda a pele, inclusive mãos, orelhas, nuca e pés, e deve ser reaplicado a cada duas horas, principalmente se continuar exposto ao sol, como em piscina ou até mesmo ao caminhar pelas ruas. Com esses cuidados é possível evitar o risco de queimaduras, desencadeamento de manchas, envelhecimento precoce e câncer de pele.
– Além do protetor solar, utilizar outras formas de proteção como chapéus, sombrinhas escuras, roupas que já possuem protetor solar, principalmente durante atividades físicas ao ar livre, e nas crianças que são mais resistentes na hora de aplicar o protetor solar. O uso de óculos escuros com UV (possuem certificação) protegem contra o desenvolvimento de catarata e outras lesões oculares.
– É importante apostar em uma alimentação mais saudável, pois o consumo diário de frutas e verduras diminuem a oxidação, a produção de radicais livres e auxiliam na prevenção de várias doenças e adia sinais de envelhecimento.- Deve-se evitar a exposição solar direta nas horas mais quentes do dia, entre às 10h e 16h, pois nestes horários há mais riscos para a saúde, ficando propenso a desenvolver câncer de pele e outras doenças.
– Um dos problemas mais comuns durante o verão é o desenvolvimento de micoses na pele. Para evitar essa doença, recomenda-se secar bem as áreas de dobras e as costas, evitar o uso de toalhas úmidas e roupas molhadas. Após os exercícios físicos intensos, leve uma roupa extra para se trocar.No entanto, a dermatologista destaca que mesmo em dias frios e nublados é importante manter a pele protegida. Para isso, basta ficar atento e seguir as dicas de cuidados essenciais para curtir ao máximo os dias mais quentes do ano.
Curiosidade
A dermatologista explica que o Fator de Proteção Solar (FPS) está ligado à proteção contra os raios UVB (responsáveis por queimaduras do sol e câncer da pele). Porém, a proteção contra os raios UVA (responsáveis pelo envelhecimento da pele, manchas e aumento do risco de câncer da pele) é um terço do FPS rotulado. Portanto, quanto mais alto o FPS, maior também será a proteção contra os raios UVA.
Índices
De acordo com pesquisas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% de todos os tumores malignos no Brasil correspondem ao câncer da pele. Para o biênio 2018/2019, a estimativa é mais de 165 mil novos casos de câncer de pele não melanoma. Um dado novo desse período é que, em relação à última estimativa do Inca (2016/2017), a doença acometerá mais homens (85.170 mil) do que mulheres (80.410 mil). Além disso, a estimativa de novas ocorrências de câncer da pele não melanoma reduziu em 10 mil casos de um biênio para o outro.