Craque amazonense dos anos 70 e 80 vem a Manaus tomar vacina e rever amigos
Nailson Castro
12/03/2021 às 13h14min
Nascido no município de Autazes, a 108 quilômetros de Manaus, Pedro Augusto da Silveira Nobre cresceu no centro da capital Amazonense, em um tradicional casarão da rua Marcilio Dias. Seguindo a profissão do pai (Ozanes Nobre), começou cedo no trabalho com gado de corte. O porte avantajado(1,85m de altura) e o trabalho pesado desde os primeiros anos da juventude, fizeram o garoto crescer como um verdadeiro trator, dentro da grande área nos campos de futebol. O centro avante trombador, chutava bem, subia bem, quase nunca perdia uma bola dividida e muito menos uma oportunidade de gol. Foi consagrado como Pedro Azulão, nome que lhe rendeu do estrelato dentro do mundo esportivo o acompanha até os dias de hoje no município de Tefé, cidade que ele mora há 35 anos.
Aos 70 anos, a dose de vacina contra o Corona Vírus foi o motivo para reencontrar o amigo Marinho Macapá, depois de mais de um ano. Marinho Macapá um dos personagens mais populares do futebol amazonense em todos os tempos. “Estou muito feliz de reencontrar meu melhor amigo, mas também de poder me vacinar contra essa doença que tá levando tantas pessoas queridas. Amem que todos os amazonenses possam ser vacinados”, disse Azulão.
Foi numa quinta-feira que Pedro, ao assistir um treino do América, foi convidado para completar o time reserva em um treino coletivo. Bastaram 60 minutos de bola para que os próprios atletas pedissem ao técnico que contratasse o “homem”. “Seo Amadeu. Segure o homem que ele é fera!”. Amadeu Teixeira aceitou o conselho dos atletas e 10 dias depois
Azulão estreou em um período do Futebol Amazonense no qual Nacional, Rio Negro, Fast dominavam os campos amazonenses.
Já na primeira participação como jogador , sem ter passado pelas categorias de base, foi titular no Torneio início de 1973, sendo vice campeão na disputa contra o Leão da Vila Municipal, mas também ganhando o reconhecimento como principal jogador do América. Alguns dias depois, já profissionalizado pelo “Mesquinha”, recebeu e aceitou um convite para integrar o esquadrão nacionalino, que disputava, além do amazonense, o Campeonato Brasileiro Série A. “Passei 12 anos no Nacional. Foram momentos de muita felicidade e aprendizado, quando fiz também muitas amizades e quando o futebol consagrou meu nome”, relembra Pedro.
Além de América e Nacional, Pedro vestiu a camisa do Fast por três meses. “Minha família, Nobre, sempre foi do Fast. Sou sobrinho de Orleans, um dos grandes do futebol amazonense, mas tive que sair do tricolor porque o presidente da época não honrou com meus salários. Ali entendi que tinha que pensar na minha vida pós futebol”, revelou .
Assim que encerrou a carreira de jogador, Pedro voltou à atividade da família. Em uma das viagens ao interior do Amazonas para levar “carne”, conheceu Tefé, cidade a 360 quilômetros de Manaus. “Quando vi o Lago de Tefé, cheio. A cidade arrumada, o Seminário e a receptividade das pessoas, decidi que ali eu moraria. Adotei e fui adotado. Já são 35 anos que lá eu moro. Um lugar de onde só saio pra visitar minha mãe ou pra cuidar da saúde”, enalteceu.
Em Manaus moram a Mãe( Eimar Nobre) e quatro dos cinco irmãos (Almir, Glaudir, Rosana e Rozângela. Em Tefé, onde Pedro construiu sua vida pós futebol, está a familia de Azulão. O Irmão Glaumir, a esposa Naiandra Queiroz e os filhos Pedro Henrique, Lorena, Maria Luiza, Maria Clara e Maria Laura. “Não saio de Tefé nunca. Amo essa cidade, aqui fui acolhido e aqui minha família tem qualidade de vida”, finalizou.