Segundo o parlamentar, o povo amazonense esperava a presença do governador no colegiado para explicar a falta de oxigênio e de leitos de UTI, a compra de supostos ventiladores respiratórios em loja de vinhos e o destino dos recursos que estavam no Fundo Estadual de Saúde
O senador Eduardo Braga (MDB/AM) afirmou que a ausência do governador Wilson Lima, do Amazonas, na CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (10/06), não o impedirá de continuar em busca dos esclarecimentos para a crise sanitária que se arrasta desde o ano passado no Estado e já vitimou milhares de cidadãos. “O depoimento ao colegiado seria uma oportunidade para ele falar a verdade”, disse o parlamentar em vídeo divulgado nas redes sociais. “Quem não deve não teme. Nós continuaremos lutando para esclarecer as questões do Amazonas e, ao mesmo tempo, mostrar caminhos para salvar vidas. ”
Confira a íntegra da manifestação: https://www.instagram.com/p/CP8N5moAu_u/
A presença do governador na CPI foi agendada, inicialmente, para 29 de junho. No entanto, acabou sendo antecipada para 10 de junho, logo após a deflagração da quarta fase da Operação Sangria, da Polícia Federal, no Estado. A corporação investiga o desvio de recursos públicos destinados ao combate da Covid-19 e tem Lima como um dos alvos.
Mas, amparado por uma decisão proferida ontem à noite pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele optou por não comparecer ao colegiado e dar as devidas explicações, especialmente à população amazonense, sobre a sequência de acontecimentos registrados a partir da primeira onda de Covid-19. O mais emblemático deles foi a escassez de oxigênio no começo de 2021, que repercutiu na escalada de mortes por coronavírus entre janeiro e fevereiro.
“No dia de hoje, o povo amazonense esperava a presença do governador para explicar a falta de oxigênio e de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a compra de supostos ventiladores respiratórios em loja de vinhos e o destino dos recursos que estavam no Fundo Estadual de Saúde”, disse o parlamentar, que se referiu a uma declaração do ex-secretário –executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, ontem, à comissão. Segundo Franco, o Amazonas dispunha, em 31 de dezembro de 2020, de R$ 478,1 milhões em caixa para investir nos hospitais e nas unidades de saúde.
“Portanto, dinheiro não faltou. Como já disse, faltou amor, compromisso e competência. Lamentavelmente, temos um governo inepto”, afirmou Eduardo. A CPI, prosseguiu o senador, seria uma oportunidade para Lima “falar a verdade”. “Quem não deve não teme. Nós continuaremos lutando para esclarecer as questões do Amazonas e, ao mesmo tempo, mostrar caminhos para salvar vidas. ”
Na CPI, Eduardo reiterou sua opinião sobre o episódio e elogiou a disposição do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD/AM), de recorrer da decisão da ministra do STF. Ele disse, ainda, que aguarda a presença do ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, na próxima semana, para prestar os esclarecimentos ao colegiado, aos brasileiros e aos amazonenses.
Assessoria de imprensa