Congresso quer corte de gastos para compensar isenção do IR

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Para o professor e pesquisador em economia Pedro Rossi, tudo indica que a compensação que parlamentares querem colocar no projeto do governo Lula que isenta do imposto de renda quem recebe até R$ 5 mil mensais será mais uma vez o corte de gastos.

“Já indicaram que uma boa saída seria enxugar a máquina, ou seja, que o governo federal enxugasse os seus gastos e não que os mais ricos pagassem mais. É de novo cobrar dos mais pobres, porque o gato público é basicamente destinado aos mais pobres. A gente está falando da seguridade social, da saúde, da escola pública”, disse o economista em entrevista na edição desta segunda dotaxaçtaxaç videotaxaçsupercast Em Detalhes, produzido pelo ICL.

Segundo dados da Fazenda, 10 milhões de brasileiros serão diretamente impactados com a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Para compensar as contas públicas, o governo quer tributar aqueles com renda superior a R$ 600 mil por ano.

Hoje, mais de 80% dos rendimentos da alta renda são isentos de tributação. No Congresso, a proposta de tributação dos mais ricos não conta com a simpatia dos políticos do chamado centrão e principalmente parlamentares ligados a Jair Bolsonaro.

Durante uma coletiva com o governo, o presidente da Câmara, Hugo Mota, afirmou que com certeza o projeto sofrerá alterações que, segundo ele, serão para melhor. Ciente das intenções do Centrão, o PT trava uma batalha nos bastidores para tentar minimizar a influência dos deputados bolsonaristas na redação do texto final.

“Quem é rico trabalha como PJ e recebe como empresa, não recebe como trabalhador e não paga imposto de renda ou paga pouco imposto de renda”, explicou Pedro Rossi. Para ele, esse debate deve ser colocado. “O Brasil tem uma das cargas tributárias mais injustas do mundo. É o Robin Hood às avessas, ou seja, a gente está tirando dos mais pobres e os mais ricos não estão pagando a conta. E o governo incluiu nesse PL não apenas a redução de impostos para aqueles dessa faixa mediana da distribuição, como um aumento de impostos para as faixas mais altas”.

Isenção do IR não vai aumentar a inflação, explica economista

Segundo Pedro Rossi, a isenção do imposto de renda tem o potencial de mobilizar as pessoas, porque ela atinge um percentual grande da população e evidentemente traz benefícios para a classe média. De acordo com ele, essa medida traz também um impacto econômico. “Quando as pessoas têm mais renda, elas consomem mais, elas compram mais, elas investem mais e isso traz benefícios para a economia. O pessoal lá do outro lado já está meio apavorado dizendo que vai gerar inflação, mas isso é bobagem, porque a inflação hoje não vem do lado da demanda, não o problema da renda”, explicou Rossi ao Em Detalhes.

“Eu acho que o Brasil pode crescer mais e isso não necessariamente vai pressionar a inflação. Eu acho que a inflação tem dependido menos da renda das pessoas e muito mais de choques de preço. É choque de câmbio, choque de alimento, é a crise climática. Então, são elementos relacionados aos custos. Esse argumento de que olha não é para para dar renda para as pessoas porque isso vai gerar inflação não é um argumento que a gente tem que considerar. Eu acho que a gente tem que pensar o desenvolvimento de uma maneira ampla”, ponderou o economista.

Assista a essa edição do Em Detalhes na íntegra:

 





Fonte: ICL Notícias

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