Construir uma imagem adequada para o ambiente de trabalho nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns erros podem ser fatais, inclusive, quando ainda se almeja uma vaga de emprego. Segundo a consultora de imagem, Ghiysa Benchimol, potenciar os pontos fortes e camuflar os mais fracos, sempre com o objetivo de passar uma imagem de competência, fazem parte da receita que dá certo no universo profissional.
A imagem pessoal pode interferir desde a contratação até o salário estimulado. Diferente do que muitas pessoas acreditam, a escolha das roupas para trabalhar não é somente uma questão de moda. As roupas fazem parte da construção da imagem de cada um. Uma pesquisa recente mostrou que se arrumar não só melhora a percepção que os outros têm de você, mas também o seu desempenho.
“Quando as pessoas nos olham pela primeira vez, os cérebros delas nos primeiros cinco segundos já fazem um julgamento inicial. Elas julgam se você é competente, se você não é… Se você é uma pessoa bonita e se cuida, ou se é relaxado. Naturalmente, isso não acontece só na questão pessoal, mas também no mercado de trabalho, e isso começa logo na entrevista de emprego. O primeiro passo é entender que a roupa precisa estar adequada ao recinto e ao clima de cada organização. O mercado supercompetitivo pode não te dar uma segunda chance para você mostrar quem realmente é, por isso é preciso investir em consultoria para não errar e perder as oportunidades”, destacou Ghiysa Benchimol.
Cuidado com os erros
A consultora de imagem explica que alguns erros são fatais para quem quer uma boa colocação no mercado de trabalho.
“Os principais erros são aqueles que nós chamamos de ranhuras de imagem, como andar com roupas amassadas, grandes, sujas, sem botões, descosturadas ou rasgadas. Além disso, usar modelos de roupas fora do padrão do ambiente também pode ser fatal, como ocorre com as vestimentas com muito brilho ou decotadas, que são utilizadas em ambientes de lazer e descontração”.
Na hora de escolher a roupa, o acessório, as cores ou ainda a maquiagem para ir trabalhar, é preciso ter bom senso e ficar atento a alguns aspectos importantes. O figurino de trabalho não é o mesmo para ir a uma balada ou para praticar algum esporte. O consultor de imagem tem o papel importante de traçar caminhos para alcançar o objetivo, utilizando ferramentas que alinham técnicas para melhorar a forma como a pessoa se comunica, a postura ou ainda como ela é vista pelo meio. Segundo Ghiysa Benchimol, ter uma imagem marcante e com propósito favorece a todos.
“A pessoa pode ter um guarda-roupa funcional, com peças versáteis e coordenadas, tendo opções para mostrar a sua melhor versão. O ideal é que você tenha consciência do que a sua imagem está repassando. As pessoas precisam entender que quando fazem parte de uma empresa ou são profissionais liberais, como é o caso dos médicos, advogados, empresários e etc, independente da área de atuação, devem se preocupar como estão sendo vistos pelos outros indivíduos. Hoje, com a exigência do mercado profissional, a sua imagem impacta nos seus resultados. Com as orientações que nós damos na consultoria de imagem, você não vai perder a essência e nem a sua individualidade”, pontuou.
Segundo a Especialista em Organização Pessoal e Produtividade, Regina Giovanelli, o espelho revela muito mais sobre o indivíduo do que imaginamos. Ela procurou o auxílio profissional de Ghiysa Benchimol e viu essa mudança acontecer em relação a aceitação, tendências e construção de confiança e credibilidade.
“A consultoria me trouxe a consciência de que as cores, os modelos de roupas e acessórios que eu uso modificam a forma que eu passo credibilidade, que eu tenho mais leveza e me aproximo das minhas clientes. Hoje eu penso mais na mensagem que quero passar com a minha imagem e escolho com mais cuidado o que vou usar, mas não deixo de ser eu mesma. Uso o tipo de roupa e acessórios que eu gosto e me fazem sentir confortável e confiante, independente da moda”, ressalta Regina.
Como não errar?
Para a analista de Recursos Humanos, Lilian Ferreira, existem certas peças e modelos específicos que podem ser evitados em situações profissionais, uma vez que podem causar situações embaraçosas. Peças com transparências não são interessantes de serem vestidas para trabalhar. Ter partes do corpo exposta não é uma boa estratégia para uma imagem pessoal positiva.
“Já a calça jeans é uma boa pedida para todas as ocasiões e momentos. Elas agregam conforto e estilo. O profissional deve dar preferência para peças sem aplicações ou com customizações exageradas. Por outro lado, os candidatos que erram com o autocuidado e a imagem que passam dão margem para interpretações e distorções que podem atrapalhá-lo. Alguns detalhes são importantes e podem ser a diferença entre demonstrar profissionalismo e uma imagem completamente equivocada”, destacou Lilian.
No caso de um processo seletivo, Ghiysa Benchimol, salienta que o candidato deve ser discreto. Ele deve utilizar de combinações de cores clássicas e estampas simples para não errar. A profissional orienta ainda que a utilização de roupas que deixarão os ombros, as costas e/ou a barriga a mostra são proibidos em qualquer situação profissional. Calças jeans rasgadas, manchadas ou com adereços e saias curtas com comprimento inferior a 4 dedos acima do joelho também devem ser ignorados na hora de se vestir para trabalhar.
“O ambiente corporativo tem as suas próprias regras, e o que você veste deve estar compatível com ele. Nos casos em que as empresas não exigem tamanha formalidade, é essencial que a pessoa tenha, acima de tudo, bom senso. É fundamental tentar compreender os pontos fortes do seu corpo e quais precisam de maior destaque”, disse Ghiysa.
Quem é mais cobrado pela imagem? Mulheres ou homens?
O mundo corporativo tem mudando e não são somente as mulheres que passaram a ser cobradas pela imagem. Tanto “elas”, quanto “eles” têm a necessidade de mostrar que são competentes. E pensando nessa cobrança atual, os homens passaram a cuidar mais da imagem que eles apresentam. Eles cuidam da barba, têm o seu próprio estilo, fazem as unhas e até as sobrancelhas.
“O consumo de moda masculina, por exemplo, aumento muito ao longo dos últimos anos. Esse autocuidado é importante e deve ser prioridade de todos. As mulheres, culturalmente, já nascem com essa preocupação. Nós temos esse autocuidado mais aflorado, mas os meninos estão disputando a atenção de igual para igual”.