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Coluna: O Narcisismo crescente nas redes sociais do Brasil

O Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais do mundo, segundo relatório “Tendências de Social Media 2023”, publicado pela Comscore. Esse crescimento contínuo do número de usuários e da dedicação de tempo nas plataformas digitais também suscitam questionamentos sobre os conteúdos que são compartilhados diariamente.

Para o autor Luiz Estevam Gonzalez, autor do livro “Voyeur”, que tece uma crítica sobre as práticas voyeuristas da sociedade atual, as pessoas estão vivendo na era do narcisismo digital. De acordo com o autor, o público registra a vida pessoal para que os outros possam observá-la – com objetivo de alimentar o próprio ego.

Foi com essa perspectiva em mente que escreveu uma saga de ficção sobre um dono de motel adepto ao voyeurismo, ou seja, ele sente prazer em observar as ações íntimas dos clientes. , converse com o Luiz Estevam sobre as ideias apresentadas na obra, a partir de um enredo que desafia os limites morais dos leitores.

Na era do narcisismo digital, somos todos voyeurs?

Em série ficcional, Luiz Estevam Gonzalez supõe que o prazer em observar a intimidade do outro é mais comum do que se imagina

Passar horas distraído com a última fofoca do mundo das celebridades. Discutir com amigos sobre os mais novos acontecimentos do Big Brother ou de um reality show da Netflix. Quem nunca? Ainda mais no Brasil, onde mais de 70% da população está nas redes sociais. O país também tem o maior número de influenciadores do mundo, alcançando a marca de 500 mil, segundo a Nielsen.

Enquanto pesquisadores e acadêmicos analisam o cenário nacional, o escritor Luiz Estevam Gonzalez adapta essa conjuntura para a ficção por meio da trilogia Voyeur, que chega ao segundo volume com o lançamento de Omissão Fatal. Nesta saga, o autor conta a história de um homem que sente atração ao observar a intimidade alheia com objetivo de questionar se a sociedade está mesmo distante das práticas do voyeurismo. O próprio protagonista Celso Henrique atesta que todos são voyeuristas, o que muda é a intensidade.

Para ele, com poucas exceções, fundamentalmente a humanidade é voyeurista,
por um lado ou narcisista pelo outro. Todos se espionam ou se exibem, com a maioria
das pessoas ansiando ser observada, reconhecida ou admirada, levianamente compartilhando
a própria intimidade com estranhos em uma profusão de redes sociais e “reality shows”, almejando
aprovação universal de seus estilos de vida, seja lá quais fossem. 
(Voyeur – Omissão Fatal, pág. 20)

No enredo, o personagem principal é um jovem rico que fundou o CH Motel para assistir à vida de seus clientes. Essa violação também está próxima do cotidiano: recentes casos de câmeras escondidas em hospedagens foram investigados no Brasil; já na Coreia do Sul, 6 mil ocorrências de gravações não autorizadas são registradas anualmente segundo levantamento da ONG Human Rights Watch (HRW).

Com Voyeur – Omissão Fatal, o autor lança um olhar para situações que se escondem por trás da esfera íntima, mas que podem prejudicar milhares de pessoas. Ao tratar da história fictícia, ele problematiza o debate ao inserir na trama um homem envolvido em uma série de crimes e que precisará combater o tráfico de crianças. Luiz Estevam Gonzalez coloca lentes de aumento em circunstâncias que os leitores poderiam preferir acreditar que não existem, como a invasão de privacidade e a exploração sexual infantil.

FICHA TÉCNICA

Título: Voyeur – Omissão Fatal
Autor: Luiz Estevam Gonzalez
Editora: Publicação independente
ASIN: B094GGZNZ1
Páginas: 310
Preço: R$ 67,36 (físico) e R$ 5,99 (e-book)
Onde comprar: Amazon

Sobre o autor: Economista por formação, Luiz Estevam Gonzalez trabalhou por anos no ramo empresarial, entretanto, decidiu se dedicar à literatura há mais de uma década. Aos 60 anos, o carioca que mora em São José dos Campos (SP) tem quatro livros publicados: “Sonho Azul”, “Em Um Breve Piscar de Olhos”, “Voyeur – Nada é o que Parece Ver” e “Voyeur – Omissão Fatal”.

Redes sociais: Instagram | Site oficial

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