quinta-feira, novembro 21, 2024
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAZONASspot_imgspot_img

NOTÍCIAS ALEAM

InícioJUSTIÇACaso Cidade das Luzes: A Tragédia de André Júnior e a Falta...

Caso Cidade das Luzes: A Tragédia de André Júnior e a Falta de Políticas Habitacionais no Amazonas

Há quase 10 anos, em dezembro de 2015, uma tragédia chocou a comunidade Cidade das Luzes, em Manaus. Em meio a uma ação de desocupação promovida pelo Estado, André Junior de Oliveira Vasconcelos, morador da área, tomou uma decisão desesperada e ateou fogo ao próprio corpo. Sua atitude extrema foi uma tentativa de protesto contra a remoção forçada que o deixaria, mais uma vez, sem um lugar para viver. André não sobreviveu às queimaduras, falecendo horas depois no Hospital 28 de Agosto.

Esse caso levanta questionamentos cruciais sobre a política de desocupação e a ausência de políticas habitacionais eficazes em Manaus e no estado do Amazonas. A remoção da Cidade das Luzes não foi um evento isolado. Na época, a comunidade abrigava centenas de famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo migrantes venezuelanos e pessoas deslocadas de áreas alagadas. Segundo o defensor público Dr. Carlos Almeida, a ação foi realizada sem a devida atenção ao contexto social e à complexidade das vidas afetadas.

Almeida lembra como, na época, os moradores eram rotineiramente criminalizados. Muitos eram retratados como invasores ou até mesmo como criminosos, uma visão que, segundo o defensor, prejudicou profundamente a percepção pública sobre as necessidades e os direitos dessas pessoas. Ele compartilhou seu testemunho pessoal e comovente ao ver André Júnior ser resgatado por um policial em meio ao fogo. “Eu vi a pele dele caindo, derretendo no chão, por causa do desespero que sentia naquela remoção,” declarou o defensor público.

Apesar dos anos passados, ainda não houve responsabilização adequada pelas ações da época. A falta de políticas públicas eficazes de moradia, bem como a tendência de tratar populações vulneráveis com desprezo e criminalização, têm contribuído para o aumento das ocupações irregulares e a perpetuação de injustiças.

Em um caso emblemático como o de André Júnior, fica a pergunta: até quando o Estado deixará de lado os direitos humanos básicos e o direito fundamental à moradia? Precisamos de uma política habitacional que ofereça soluções reais, para que tragédias como esta nunca mais se repitam.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_imgspot_img

Manaus

Em nota conjunta, entidades acusam Câmara de Manaus de racismo

MANAUS – Em nota conjunta de repúdio publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (20), a OAB-AM, Unegro (União de Negros e Negras pela Igualdade),...

Governo Francês e agência da ONU visitam equipamento de assistência à mulher em situação de violência do Amazonas

Representantes da embaixada francesa e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) visitaram, nesta quarta-feira (20/11), o equipamento do Governo do Amazonas em...

PUC-Campinas e INDT: Uma Parceria Estratégica para Fortalecer a Cibersegurança e a Formação de Especialistas

A PUC-Campinas, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), inaugurou na segunda-feira, 18 de novembro, um novo Laboratório de Cibersegurança (SOC -...

Dia da Consciência Negra é reivindicação social desde a ditadura

Teve longa gestação o reconhecimento do Dia de Zumbi e da Consciência Negra em 20 de novembro como feriado civil em todo o país: 53...

Operação Contragolpe: PF prende militares que planejaram assassinato de Lula, Alckmin e Moraes em 2022

Militares com formação em Forças Especiais teriam, segundo a PF, detalhado o plano contra o ministro e os políticos em um documento denominado “Punhal...
spot_imgspot_img

POPULARES

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img