O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou, nesta terça-feira (30), durante Sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que a BR-319 precisa ser recuperada e não construída como indica a decisão da segunda instância da Justiça Federal que proíbe a
retomada imediata das obras.
“A BR-319 foi inaugurada em 1976. Ela tem 45 anos. Mas ali nos anos 1980, quando ela tinha 10 anos, essa estrada foi praticamente fechada, porque ela só tem passagem na época do verão. Na época da chuva ela não dá passagem. Essa estrada é estratégica. Ela é estratégica para o Amazonas, porque nos liga ao restante do Brasil, para Roraima, para Venezuela e para o Caribe. O que ela precisa é ser recuperada, restaurada. Ela não precisa ser construída. O que tinha de prejudicar o meio ambiente já prejudicou lá atrás, nos anos 1960 e 1970 quando foi construída. Não agora, que já existe o risco da selva que liga Humaitá a Manaus”, analisou o
deputado.
Para Serafim, o trecho do meio é a “grande novela”, porque os ambientalistas dizem que se a estrada for recuperada, vão fazer a chamada “espinha de peixe”.
“Quando você une a BR-174 que une Boa Vista a Manaus e aí, atravessando o rio, você emenda com a BR-319, que vai até Porto Velho, você está fazendo a integração da Guiana, da Venezuela, de Roraima e do Amazonas ao Brasil. Essa estrada é a estrada da integração
nacional, mas ela não tem sido vista assim”, disse.
O parlamentar explicou que o “trecho do meio”, da BR-319, que abrange aproximadamente 800 quilômetros, tem influência do “fenômeno das águas”, que sobem e que descem, e que fizeram a estrada desmoronar aos poucos.
“Espinhas de peixe vão derrubando as matas às margens das estradas e é isso que os ambientalistas temem e criam caso. Esse trecho do meio deve ser uma estrada parque, com vigilância ambiental permanente que permita cuidar da estrada de tal forma que não se faça
qualquer ocupação”, propôs Serafim.
Segundo o líder do PSB na Casa Legislativa, nessa quarta-feira (31), haverá uma reunião liderada pelo presidente do CREA, Afonso Lins, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para tratar sobre a BR-319.
“Espero que tenha bom resultado. A atual situação da estrada é que tem uma autorização judicial da primeira instância, mas que foi caçada pela segunda instância e o TRF 1 é considerado o cemitério dos tribunais, porque quando entra lá, leva 10, 20 anos para sair e
isso tem atrapalhado a vida de todos nós amazonenses”, concluiu.