Desde o ano passado, a situação da Arena da Amazônia, construído para receber jogos da Copa do Mundo de 2014, fica pior.
Em 2016, a CBF, em acordo com os clubes, estipulou uma norma em que os clubes não podem mais vender mandos de campos para outros estados. E como o estádio de Manaus não tem time nas Série A ou B, sofre com a falta de jogos.
Enquanto a administração da arena de Manaus, assim como outros estádios de regiões que não possuem representantes na Série A não conseguem a liberação da CBF, busca alternativas para se manter.
Além de feiras e shows na área externa da praça esportiva, ultimamente o estádio tem recebidos jogos de futebol amador.
Neste sábado, o estádio, que recebeu jogadores como Cristiano Ronaldo e Neymar nos últimos anos, foi palco da final dos Jogos Escolares do Amazonas, com partidas do Infantil e Juvenil. Em junho, a praça esportiva recebeu a final da Copa dos Advogados do Amazonas.
A ocupação do estádio com jogos amadores tem motivo. O estádio não tem times em competições nacionais. O último foi o Iranduba, que chegou às semifinais do Brasileiro feminino e conseguiu levar mais de 25 mil torcedores no jogo contra o Santos, e bateu o recorde de público entre clubes do futebol feminino do Brasil.
Mas no masculino, a situação é complicada. Na Série D, quem mandava seus jogos no estádio era o Fast. Mas a equipe foi eliminada ainda na primeira fase. O outro representante, o Princesa do Solimões, tinha como mando o estádio Gilberto Mestrinho, em Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus).
A Arena da Amazônia, construída no lugar do antigo estádio Vivaldo Lima, foi feita especialmente para a Copa do Mundo de 2014 e teve um custo de R$ 660,5 milhões. No local, foram realizados quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo (Inglaterra x Itália, Croácia x Camarões, Portugal x Estados Unidos, e Suíça x Honduras). Ao todo, os quatro jogos levaram ao estádio um público de 160.227 pessoas.
Busca por jogos do Brasileiro
O titular da Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Fabrício Lima, que administra a Arena da Amazônia, tem tentado desde o ano passado sensibilizar a CBF e os clubes para receber jogos da Série A. Junto com representantes de outras arenas que não possuem times nas primeiras divisões, criou o movimento #liberacbf. A campanha até o momento ainda não surtiu efeito, mas surgiu uma nova brecha com o Vasco, que está com o seu estádio, São Januário, interditado.
Foi identificada pelo próprio Vasco uma brecha no Regulamento Geral das Competições de 2017, que dá esperanças à Arena da Amazônia. O segundo parágrafo do artigo 63 indica que, em casos de interdição, “o estádio substituto poderá situar-se em outro estado, desde que a federação local que estiver recebendo a partida esteja de acordo”. Fabrício Lima já se reuniu com a diretoria do Vasco e com o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, que dará uma resposta em breve.
Jogos da Série A na Arena da Amazônia
Foram apenas cinco jogos do Campeonato Brasileiro, sendo três da Série A, todos em 2014, e dois da Série B, ambos com Vasco, em 2014 e 2016. O lucro, somente com aluguel de estádio, foi de R$ 847.489,25. Esse valor pagaria pouco mais de 10% da despesa anual do espaço, que gira em torno dos R$ 6 milhões. Sem o Brasileirão, as alternativas, além de shows, têm sido receber jogos do Campeonato Carioca e, ano passado, seleção brasileira. Inclusive, o público recorde do estádio foi na semifinal do Carioca de 2016, entre Flamengo e Vasco, quando mais de 44 mil pessoas prestigiaram o clássico.