Após ataque de Israel, Flotilha tenta levar ajuda a Gaza: ‘Palestinos não podem morrer de fome’

0
1


ouça este conteúdo

00:00 / 00:00

1x

Por Gabriel Gomes

“O povo palestino não pode ser morto de fome ou pelas bombas do genocídio”. A frase do ativista brasileiro Thiago Ávila será um dos lemas da Flotilha da Liberdade (FFC) em uma nova tentativa de missão internacional para levar, nos próximos dias, ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza. Thiago, conhecido por sua atuação em movimentos internacionais de solidariedade, será o representante brasileiro na missão.

A nova missão da Flotilha acontece cerca de 20 dias após um barco do grupo ser atacado, ao largo de Malta, por drones israelenses. Entre os cerca de 30 tripulantes, estava o ativista brasileiro Thiago Ávila. Todos os ocupantes da embarcação sobreviveram.

Nos últimos meses, o governo de Israel vem bloqueando a entrada de todo tipo de ajuda humanitária a Gaza, impondo a fome e sede a mais de 2 milhões de civis. No domingo (18), caminhões com suprimentos foram autorizados a entrar no território palestino, mas, segundo as Nações Unidas, nenhuma comida foi entregue até agora à população.

Cerca de 90% da população de Gaza foi deslocada de onde vive. Mais de 53 mil palestinos civis foram mortos, dos quais mais de 15,6 mil são crianças e cerca de 8,3 mil mulheres. Diante disso, a Flotilha tenta levar ajuda humanitária e criar um “corredor humanitário dos povos” na Faixa de Gaza.

“A gente tenta romper o bloqueio de Israel em Gaza para criar um corredor humanitário dos povos e mostrar que o povo palestino merece o direito a autodenominação de seu território e esse genocídio precisa acabar”, explica Thiago Ávila, em entrevista ao ICL Notícias.

Nos próximos dias, o grupo vai partir da costa da Itália no barco Madlleen, um pequeno veleiro levando 12 voluntários. “Vamos levar toda ajuda humanitária que a gente conseguir carregar e a disposição de ser útil na solidariedade ao povo palestino que está vivendo os horrores de um genocídio”. “Para que a gente não tenha o mesmo destino do outro barco, a gente precisa da ajuda e solidariedade das pessoas”, clama Thiago Ávila.

Drama vivido pelos palestinos em Gaza

Nos últimos dias, números divulgados pelas Nações Unidas chamaram a atenção para a situação vivida pela população palestina em Gaza. O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, disse à BBC na terça-feira (20), temer que 14 mil bebês possam morrer em 48 horas se a ajuda humanitária não chegar a Gaza. Segundo a Flotilha da Liberdade, a população da Palestina vive o seu momento mais dramático

O ministro da Saúde palestino, Majed Abu Ramadan, afirmou nesta quinta-feira (22) que 29 crianças morreram de fome na Faixa de Gaza nos últimos dias por conta da falta de alimentos. O exército israelense afirmou que 93 caminhões com suprimentos já entraram no território palestino desde domingo. Segundo as Nações Unidas, toda a carga ainda está em poder de Israel.

ONU alerta que crianças não estão recebendo comida em Gaza devido ao bloqueio imposto por Israel. (Foto: REUTERS/Mahmoud Issa)

“Israel disse que liberou 100 caminhões por dia para passar. No primeiro dia, liberaram apenas nove e só cinco efetivamente cruzaram a fronteira. Esses cinco são apenas uma gota no oceano, vamos lembrar que antes de outubro de 2023, entravam 500 caminhões por dia e Gaza ainda vivia sob índice de desnutrição de sua população. A ONU recomenda que, para a situação de Gaza, pelo menos 1500 caminhões por dia deveriam entrar na região”, relata Thiago Ávila.

Diante dos números alarmantes, a Flotilha da Liberdade fará uma nova tentativa de “passar pelo cerco ilegal, chegar em Gaza e poder distribuir a ajuda humanitária”. “A gente tem um proposito: o povo palestino não pode ser morto de fome ou pelas bombas do genocídio”, diz Thiago Ávila.

Thiago Ávila será o representante do Brasil na expedição até Gaza; ele escreverá um diário no ICL Notícias durante a viagem

Thiago Ávila será o representante do Brasil na expedição até Gaza

Flotilha da Liberdade

A Flotilha da Liberdade realiza tentativas de levar ajuda humanitária a Gaza desde 2008. Desde então, o grupo já foram 36 barcos, porém só as cinco primeiras missões chegaram. As outras foram atacadas, bombardeadas ou tiveram os voluntários deportados.

“Gaza vive sob cerco há 18 anos, desde 2007. No ano de 2008, já começaram as primeiras missões da Flotilha tentando romper esse cerco com barcos que levavam ajuda humanitária e pessoas para levar atendimento médico, gravar denúncias e levar para o mundo a informação de que havia um cerco ilegal que estava transformando Gaza no maior campo de concentração do mundo. Hoje, isso é mais evidente, mas há 17 anos, isso era uma novidade para muitos”, conta Thiago Ávila.

Flotilha da Liberdade realiza tentativas de levar ajuda humanitária a Gaza desde 2008. (Foto: Reprodução)

Para a nova missão, a Flotilha da Liberdade lançou um formulário que pode ser assinado por quem deseja manifestar apoio e solidariedade ao grupo. “Queremos unir forças com você em solidariedade à Palestina, para quebrar o cerco e criar um corredor humanitário popular”. O formulário pode ser assinado aqui.





Fonte: ICL Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui