Ação policial em festa junina causa tiroteio que deixou um morto e 5 feridos no RJ

Um tiroteio durante uma ação policial em uma festa junina na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, deixou um jovem morto na noite da sexta-feira (6). O office-boy Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, morreu baleado, e pelo menos mais cinco pessoas ficaram feridas. Todos os feridos, inclusive um adolescente de 16 anos, foram levados para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio.

De acordo com o pai de Herus, que trabalhava como office-boy numa imobiliária, ele levou dois tiros. O jovem foi levado para o Hospital Glória D’Or, na Zona Sul do Rio, mas não resistiu.

Em nota, a direção do Hospital Glória D’Or disse Herus Guimarães deu entrada na emergência na madrugada deste sábado em estado gravíssimo. “Após exaustivas manobras de ressuscitação, ele não resistiu e veio a óbito logo na sequência”, diz o comunicado.

O pai de Herus, morto na ação policial, segura as roupas do filho com marcas de sangue (Foto: Reprodução)

Tiroteio: PMRJ não comenta o caso

“A gente só quer que alguém nos procure e diga quem autorizou aquilo. Secretário de Segurança, chefe do Bope, que alguém nos procure e explique. Quem autorizou?”, diz Fernando Guimarães, pai de Herus.

A comunidade recebia um encontro de quadrilhas juninas, que vieram de várias regiões do estado. No momento do tiroteio, havia uma apresentação da quadrilha de festa junina de moradores da comunidade. Dezenas de crianças participavam na festa.

O BOPE entrou ATIRANDO no meio da Festa Junina do Santo Amaro! A falsa guerra ao tráfico só se reafirma como guerra aos pobres e às favelas.
Era pra ser alegria, virou terror. Morador não é bandido!
Até quando a bala será a resposta do Estado ao povo favelado? pic.twitter.com/ZCKSac1ll4

— Marina do MST (@marinadomst) June 7, 2025

Até as 9h, a Polícia Militar não havia comentado o caso. Uma fonte da Secretaria de Segurança Publica disse ao site g1 que os agentes estavam na comunidade “em uma operação para retiradas de portões que eram usados como barricadas”, disse.

A Coordenação do do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do RJ informou a ação da PM do Rio foi comunicada previamente. O MPRJ ainda não informou qual foi a justificativa da Polícia Militar para a manobra durante a madrugada.