Investigação sobre crimes eleitorais no CE levou à localização de mansão do CV no RJ

0
12

[ad_1]

ouça este conteúdo

00:00 / 00:00

1x

Por Maurício Moreira

(Folhapress) – Uma investigação do Ministério Público do Estado do Ceará contra crimes eleitorais em Santa Quitéria, no interior do estado, levou à localização de uma mansão do Comando Vermelho, na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Do imóvel, teriam partido as ordens para os ataques contra empresas de provedores de internet em Fortaleza e região metropolitana.

A casa abrigava líderes cearenses da facção criminosa que coordenavam a atuação do grupo a distância, em uma espécie de “home office do crime” no Rio. O esquema foi desmobilizado no último dia 31 de maio, em uma operação que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão na área.

O esquema veio à tona com as investigações da Promotoria cearense, em parceria com as polícias Civil e Federal, sobre a interferência de membros do CV na eleição de Santa Quitéria. A atuação da facção em municípios da região norte cearense, como Varjota, Santa Quitéria e Crateús, já vinha sendo monitorada desde o início de 2024.

As investigações culminaram na prisão de um membro do CV, oriundo da Rocinha, para supostamente atuar na campanha de reeleição do prefeito Braguinha (PSB), por meio de ameaças a eleitores do candidato de oposição.

“Casas que tiver fotos do Tomas podem comprar spray e picha (sic)”, “carro pode quebrar os vidros”,”moto pode quebrar os retrovisores”, “problema de quem for votar nele”, “quando forem picha não pode botar o nome do Braga não ok (sic)” seriam as ordens dos líderes do CV que estavam no Rio. Servidores da Justiça Eleitoral no município também foram ameaçados.

A investigação levou à cassação de Braguinha no dia 7 de maio. O advogado Fernandes Neto, responsável pela defesa, afirmou, em nota, ter recebido com tranquilidade a decisão e que apresentará recursos em instâncias superiores. “A defesa mantém plena confiança na Justiça Eleitoral e acredita, com firmeza, na improcedência das acusações”. A defesa negou ainda qualquer ligação com o crime organizado e que tomará medidas para salvaguardar os direitos políticos de Braguinha.

 

 

 

crimes

Membros do Comando Vermelho atuaram na campanha de reeleição do prefeito de Santa Quitéria (CE) Braguinha (PSB) (Foto Rede social)

Crimes eleitorais no Ceará comandados de ‘home office’ na Rocinha

O homem foi preso na madrugada do dia 5 de outubro, véspera da eleição, e teve o celular apreendido. A partir do aparelho, a investigação chegou a outros criminosos que atuavam na campanha e ao esquema de comando que vinha do Rio de Janeiro, onde líderes cearenses do CV estavam escondidos na mansão, na Rocinha. Entre eles, estaria Zé Maria, o ZM, que teria coordenado os ataques aos provedores.

As informações constavam de delação de um membro do CV. O promotor Adriano Saraiva, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), diz que as investigações já estavam bem avançadas, mas “sem dúvida nenhuma houve um detalhamento maior”.

O delator relatou a entrega de R$ 1,5 milhão em espécie a Anastácio Paiva Pereira, o Doze ou Paulinho Maluco, apontado como chefe do CV na região norte do Ceará.

Dois servidores da Prefeitura de Santa Quitéria teriam levado o dinheiro em veículo Mitsubishi Eclipse Evolution de Fortaleza até a Rocinha, em julho de 2024. O pagamento seria referente ao apoio da facção à reeleição de Braguinha.

O carro foi apreendido em dezembro de 2024, em uma mansão na Rocinha, durante a primeira operação conjunta entre o Promotoria dos dois estados, Polícia Civil do Ceará e Polícia Militar do Rio. Na ocasião, mais itens foram apreendidos, incluindo celulares.

A partir desse material, a Promotoria trabalhou em duas frentes para desmobilizar o comando do CV no Ceará. A primeira levou a mais uma operação na Rocinha, em parceria com órgãos fluminenses.
Dessa vez, com a participação de 80 agentes, que cumpriram 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão na comunidade.

 

crimes

Delator relatou a entrega de R$ 1,5 milhão em espécie a Anastácio Paiva Pereira, o Doze, chefe do CV na região norte do Ceará (Foto: Reprodução)

 

Foram apreendidas drogas, armas, celulares e outros itens avaliados em R$ 1,5 milhão. Apenas uma prisão foi feita. Cerca de 400 criminosos fugiram para uma área de mata fechada.

No Ceará, a investigação fez uma parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária para aprender celulares em uma unidade prisional estadual. Os aparelhos mostrarariam o contato direto com as lideranças que estavam no Rio e resultaram na Operação Evolutio, na terça-feira (3), em Fortaleza. Cinco membros do CV foram presos, incluindo operadores financeiros da facção.

“As pessoas que estão aqui no Ceará hoje são lideranças sem nenhuma relevância, e isso vai ser confirmado quando fizermos a extração dos celulares apreendidos no sábado e na Operação Evolutio”, afirma o coordenador do Gaeco.

Segundo as investigações, as operações em conjunto entre órgãos do Ceará e do Rio estariam desagradando Johnny Bravo, o traficante que comanda o CV na comunidade da Rocinha. Os líderes cearenses escondidos na área pagam pela segurança, porém a estadia estaria dando prejuízos para outras operações do grupo na comunidade.

“Há mais de dois anos não se fazia uma operação na Rocinha com essa envergadura, com essa união das instituições no combate ao crime organizado. A importância é mostrar para eles que eles não estão inacessíveis. Porque eles estavam no Rio justamente por essa dificuldade de ter acesso a eles”, diz o promotor.



[ad_2]

Fonte: ICL Notícias

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui