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A mediana dos mais de cem analistas consultados para o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central, mostra que o mercado não acredita mais em um aumento da taxa juros da economia, a Selic, até o fim de 2025 – no atual patamar de 14,75% ao ano.
Até então, os analistas projetavam uma nova elevação em meados de junho, para 15% ao ano, quando se reúne novamente o Comitê de Política Monetária (Copom) – colegiado que define a Selic.
A projeção da taxa básica de juros para este e para os próximos ficou da seguinte forma:
- 2025: a estimativa do mercado passou de 15% para 14,75%.
- 2026: a expectativa ficou estável em 12,5%.
- 2027: a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano.
Essa estabilidade na Selic vem acompanha da previsão de uma inflação menor para este ano. A estimativa do mercado passou de 5,53% para 5,51% em 2025.
- 2026: a expectativa de inflação caiu de 4,51% para 4,50%.
- 2027: a expectativa continuou em 4%.
- 2028: a expectativa permaneceu 3,80%.
Desde janeiro de 2025, em linha com a experiência internacional, o regime de metas de inflação passou a se referir à inflação acumulada em doze meses, apurada mês a mês, também conhecida como “meta contínua”. Todo mês, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Antes, essa verificação era feita anualmente.
No Brasil, a meta para a inflação e o índice de preços utilizado são definidos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e cabe ao Banco Central adotar as medidas necessárias para alcançá-la.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
O instrumento utilizado pelo BC para atingir a meta é a taxa básica de juros, a Selic. Neste momento, as expectativas de inflação estão acima das metas dos próximos anos, com a economia doméstica mostrando sinais de aquecimento.
Entretanto, o cenário externo contribui para uma desaceleração do ritmo de expansão da economia, por conta tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil).
Veja outras estimativas previstas no Boletim Focus
PIB (Produto Interno Bruto)
- 2025: a mediana do mercado financeiro mostra projeção de crescimento da economia brasileira estável em 2%.
- 2026: a previsão de alta do PIB do mercado financeiro continuou em 1,70%.
Dólar
- 2025: a mediana das projeções caiu de R$ 5,86 para R$ 5,85.
- 2026: a estimativa recuou de R$ 5,91 para R$ 5,90.
Balança comercial
- 2025: para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção ficou estável em US$ 75 bilhões.
- 2026: a expectativa para o saldo positivo continuou em US$ 78,6 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro direto
- 2025: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões.
- 2026: a estimativa de ingresso permaneceu inalterada também em US$ 70 bilhões.
Fonte: ICL Notícias