ouça este conteúdo
00:00 / 00:00
1x
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, em entrevista publicada na revista Time Magazine nesta sexta-feira (25), que o Brasil é um dos países que “sobrevivem” e que “ficaram ricos” impondo tarifas sobre as importações americanas. “Foi isso que a China fez com a gente. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia — a Índia cobra de 100% a 150%. Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram — é assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos”, disse.
À publicação, que faz um balanço dos 100 dias de governo de Trump, o mandatário norte-americano disse que consideraria uma “vitória total” se daqui um ano os EUA ainda cobrarem tarifas altas sobre os produtos estrangeiros que chegam ao país. Se isso acontecer, segundo ele, “o país (EUA) estará ganhando uma fortuna”.
Como vem repetindo desde a campanha eleitoral, Trump considera que, se não foram cobradas altas taxas sobre os produtos estrangeiros, nenhuma empresa mudaria sua produção para os EUA. “Elas estão vindo porque não querem pagar as tarifas. Lembre-se disso: não há tarifas se elas fizerem seus produtos aqui”, afirmou Trump. “Você ainda não percebe, mas isso é um tremendo sucesso o que está acontecendo”, disse o republicano.
Segundo o presidente, empresas “vão voltar para a Carolina do Norte e começar a fabricar móveis novamente. Já começaram. No México, muitas fábricas de automóveis que estavam em construção pararam. Todas estão vindo para este país. Vocês vão ver fábricas de automóveis funcionando em um nível nunca visto antes”.
Por outro lado, o republicano indicou que os EUA devem finalizar dezenas de acordos comerciais com os países que foram tarifados nas próximas semanas.
Entre os países que teriam procurado os Estados Unidos para renegociarem tarifas está a China, conforme o próprio Trump afirmou nesta semana. Porém, o governo chinês negou a informação.
“Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva na quinta-feira (24).
Trump: “Tarifas têm rendido bilhões aos EUA”
Sem mencionar números, Trump afirmou que as sobretaxas impostas sobre produtos importados de diversos países pelos EUA estão gerando arrecadação de “bilhões e bilhões de dólares, dinheiro que nunca arrecadamos antes”.
Ele ainda classificou os Estados Unidos como “a maior loja de departamentos da história” e “todo mundo quer tirar coisas de lá”. “Eles vão entrar e vão pagar um preço por pegar nosso tesouro, por tirar nossos empregos, por fazer todas essas coisas”, afirmou.
“Mas o que eu estou fazendo com as tarifas é o seguinte: as pessoas estão vindo e estão construindo em níveis que você nunca viu antes. Temos US$ 7 trilhões em novas plantas, fábricas e outras coisas, investimentos vindo para os EUA”, afirmou.
China
Trump afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, ligou a ele para falar sobre a guerra tarifária entre os países. Como dito, essa informação não foi confirmada pelo governo chinês, que negou haver qualquer negociação em curso.
Na entrevista, ao ser questionado sobre quando recebeu a ligação de Xi, o republicano afirmou que “ele [Xi] ligou” e que não pensa que isso “é um sinal de fraqueza da parte dele”. O presidente também não respondeu o que Xi falou na ligação.
Segundo Trump, há um número com o qual o governo chinês “se sentiria confortável”, porém os EUA “não podem deixar que eles ganhem um trilhão de dólares” sobre o país.
“Isso é realmente o que não é sustentável — quando a China ganha US$ 1 trilhão ou US$ 1,1 trilhão, quando temos quase US$ 2 trilhões em algo que eu chamo de prejuízo. Algumas pessoas não chamam assim, mas muita parte disso é prejuízo. Eu digo: quando você tem um déficit comercial de US$ 2 trilhões, eu considero isso um prejuízo”, afirmou.
Fonte: ICL Notícias