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Enquanto os mercados globais apresentam forte volatilidade desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou sua guerra tarifária, especialmente contra a China, o ouro tem se sobressaído como investimento atraente. Nesta terça-feira (22), o ouro ultrapassou os US$ 3.500 por onça pela primeira vez.
Por volta das 10h30 desta manhã, a cotação do metal havia caído um pouco, para US$ 3.443,41, alta de +0,53%. No mercado internacional, uma onça troy equivale a 31,1034768 gramas.
Rumores de que o presidente dos EUA poderia demitir o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), Jerome Powell, gerou uma onda de vendas em ações e títulos do Tesouro dos EUA, as chamadas Treasuries.
Na véspera, o Dow Jones caiu 2,48%, para 38.170,41 pontos; o S&P 500 perdeu 2,36%, para 5.158,20 pontos; e o Nasdaq Composite recuou 2,55%, para 15.870,90 pontos.
Somente ontem, o Dow Jones perdeu quase 1.000 pontos, e o indicador caminha para o pior abril desde 1932. Já o desempenho do S&P 500 sustenta o seu pior desempenho histórico sob a presidência de Trump.
Em meio a esse cenário, o ouro chegou a subir 2,2% no dia, antes de perder força com a realização de lucros. Além do ouro, iene e franco suíço lideram entre ativos considerados seguros.
Alta do ouro mostra menos confiança nos EUA
A política de Trump está afetando até mesmo a rentabilidade dos títulos do governo norte-americano, considerados os mais seguros do mundo. O tarifaço também tem mexido com o dólar.
Somente em abril, o rendimento do Tesouro de 10 anos subiu 0,16 pontos percentuais. Isso significa que os preços dos títulos também estão caindo.
Antes considerados um termômetro da confiança na economia norte-americana, a queda no rendimento mostra a desconfiança aumentando.
Se os investidores começam a vender, como vem acontecendo desde que a guerra tarifária teve início, o preço dos títulos cai. E, por isso, a rentabilidade (ou seja, os juros) sobe, já que preço e rendimento se movem em sentidos opostos.
A tentativa de Donald Trump interferir na política monetária conduzida pelo Fed, inclusive ameaçando o presidente da autoridade monetária de demissão, tem turbinado ainda mais a desconfiança dos agentes, como se viu ocorrer ontem.
Com isso, muita gente tem corrido para o ouro, que acumula valorização de um terço em 2025, beneficiado pelas tensões comerciais que abalaram os mercados e corroeram a confiança nos ativos atrelados ao dólar.
A demanda por ETFs lastreados em ouro e a compra por bancos centrais têm sustentado o movimento, com ganhos registrados em todos os meses do ano.
Alta no curto prazo
Os bancos têm elevado suas projeções para o ouro. O Goldman Sachs, por exemplo, prevê que a commodity pode alcançar US$ 4.000 por onça até meados do próximo ano.
Por outro lado, como o ouro é sobrecomprado no curto prazo em momentos de grande incerteza, indicadores recentes indicam que a disparada recente pode pausar.
Fonte: ICL Notícias