sábado, outubro 5, 2024
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAZONASspot_imgspot_img

NOTÍCIAS ALEAM

InícioPOLÍTICAPOLÍTICA BRASILCarlos Bolsonaro comprou carro e imóvel com R$ 232 mil sem lastro...

Carlos Bolsonaro comprou carro e imóvel com R$ 232 mil sem lastro em sua renda

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) adquiriu um carro utilizando R$ 52 mil, em dinheiro vivo, em 2010, e um apartamento no centro do Rio de Janeiro, em 2012, pelo valor de R$ 180 mil. Nesses dois anos, porém, a análise do patrimônio dele feita pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ (Ministério Público do Rio) indica que ele não tinha lastro para as operações na renda em que recebeu nos dois respectivos anos. É o que mostra um relatório do MP-RJ obtido pela coluna com exclusividade.

“Os anos-calendário 2010 e 2012 apresentaram evidências de patrimônio a descoberto”, informou o MP, no relatório. “Importante ressaltar que, ao apresentar “patrimônio a descoberto”, o saldo de caixa fica negativo, ou seja, sua renda líquida mensal fica insuficiente para arcar com suas despesas mensais declaradas”, explica o MP.

O patrimônio a descoberto é configurado quando a renda líquida do contribuinte não é suficiente para lastrear o aumento de patrimônio. Segundo relatório publicado pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) em 2023, a prática de patrimônio a descoberto por agentes públicos pode configurar improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

A coluna procurou a defesa de Carlos Bolsonaro, mas não obteve resposta.

Filho 02 pagou carro com R$ 52 mil em dinheiro vivo

No relatório feito pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro do MP, os investigadores apontam que, em 2010, que Carlos apresentou “variação patrimonial de R$ 44.185,09 e rendimentos líquidos auferidos de R$ 28.810,13”. A variação é o que aumentou de um ano para o outro e os rendimentos líquidos são obtidos depois que são deduzidas as despesas declaradas.

O vereador teve um “comprometimento de 153,37% da renda líquida declarada em decorrência do aumento patrimonial”. O documento aponta que “em razão desse fato, a renda média líquida mensal para o ano 2010 ficou negativa em R$ 1.281,25, de forma que o investigado não possuiria recursos para arcar com todas as suas despesas declaradas”.

Isso ocorreu, segundo o MP, entre outros motivos, porque Carlos declarou a aquisição do veículo Honda Civic EXS, ano 2009, placa KZD3409, e parte do pagamento pelo carro, R$ 52.200,00 ocorreu “em espécie”. O relatório não informa o total da negociação que foi informado na declaração de imposto de renda. Somente o valor quitado em dinheiro vivo.

Apartamento por R$ 180 mil mas sem dinheiro

O MP também encontrou indícios de patrimônio a descoberto no ano de 2012 e o principal problema identificado está relacionado com a compra de um apartamento no centro do Rio por R$ 180 mil.

“No ano-calendário 2012, o investigado apresentou rendimentos líquidos auferidos de R$ 147.390,99 e variação patrimonial de R$ 186.920,55”, informou o MP. Segundo os investigadores, isso representou uma receita média líquida mensal negativa em R$ 3.294,38. Ou seja, esse é o valor que o vereador teria que ter a mais de renda mensal para justificar o aumento patrimonial.

“Como o aumento de seu patrimônio não teve respaldo nos rendimentos recebidos, tampouco em outras fontes que justificariam o referido aumento, considera-se que, nesse ano, houve evidências de patrimônio a descoberto”, concluem os investigadores.

O MP conclui que isso ocorreu muito em função da compra do apartamento. Ao verificar a escritura do apartamento, a coluna verificou que Carlos não informou em cartório o modo como quitou um total de R$ 60 mil.

Na escritura, feita no 23º Ofício de Notas, o vereador informou que pagou R$ 120 mil por meio de uma transferência eletrônica. No entanto, não foi registrado o modo como foi pago o sinal de R$ 40 mil e ainda o saldo de R$ 20 mil que seria pago quando o antigo proprietário apresentasse a certidão de débitos negativos do imóvel.

A 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro e de seus assessores entre 2005 e 2021. A 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada apura peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Carlos e pediu uma análise dos dados obtidos. O relatório obtido pela coluna é de 22 de agosto de 2023.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_imgspot_img

Manaus

Seca do Rio Negro encalha balsa, que bloqueia fluxo de água em Manaus

MANAUS — A seca do Rio Negro em Manaus isolou até fluxos de água. A situação ocorre na Marina do Davi, na Ponta Negra,...

Com Megainvestimento de US$ 41 bilhões, China anuncia avanço em tecnologia que pode mudar a indústria global, ameaçando a liderança da Europa e Estados...

Os semicondutores são a força vital da guerra econômica global. Desta forma, dominar esse produto se tornou essencial para dominar o setor de tecnologia,...

Segurança hídrica. Mudanças climáticas afetam os recursos hídricos no mundo?

A segurança hídrica está cada vez mais sob ameaça em nosso planeta. As alterações climáticas têm um papel crucial nessa questão, afetando diretamente a...

Estudo da CNC aponta que bets causam prejuízo bilionário ao comércio

Um levantamento produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que as bets, como ficaram conhecidas as plataformas virtuais...

Mulheres ribeirinhas da Amazônia impulsionam turismo comunitário

Com o objetivo de melhorar a experiência turística por meio da valorização da gastronomia regional, um grupo de 22 mulheres que trabalham com o...
spot_imgspot_img

POPULARES

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img