Nada mais emblemático e pertinente do que o tema do Boi Bumbá Corre Campo para 2023, “Corre Campo: O Boi do Brasil”, até porque o Corre Campo sempre foi, é e sempre será o boi da cultura popular, nascido das entranhas da diversidade brasileira, do sopro divino da mistura humana que nos deu identidade e nos fez mais solidários neste imenso manto verde, imerso na maior bacia fluvial do planeta, a nossa magestosa e amada Amazônia.
O Corre Campo é o Boi do Brasil porque se apropria do sentido nacional da arte de brincar boi, posto que trata-se de um dos folguedos mais populares do país, cuja importância ganha relevância no histórico trabalho das Danças Dramáticas de Mário de Andrade em que define, enfaticamente, que “o boi é o bicho nacional”.
É nesse entendimento que o Corre Campo se projeta como “O Boi do Brasil”, que se justifica pelo emblemático mapa que traz na testa, como símbolo da enorme diversidade folclórica que compõe o boi bumbá, segundo Andrade “a mais complexa” das danças dramáticas do Brasil.
Com origem na expansão das fazendas de gado do litoral para os arraiais e terreiros do sertão do nordestino, a brincadeira de boi se espalhou por todo o país e chegou, à Amazônia, transfigurada e retransfigurada pelos matizes culturais regionais que acabaram por definir o mapa da diversidade brasileira, hoje impresso no simbolismo imagético do Boi Bumbá Corre Campo.
É nesse contexto simbólico que o Boi Bumbá Corre Campo se projeta como o Gigante Sagrado do folclore do Amazonas, Gigante porque cabe em si a grandiosidade da cultura popular do Brasil, Sagrado porque diviniza a sensibilidade criativa da arte de brincar boi na Amazônia. “Corre Campo 2023: O Boi do Brasil”, de Miro, Tó, Ceará e Pelica, criadores do CORRE CAMPO, “O BICHO NACIONAL”.