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Suspeito de ordenar mortes de Bruno e Dom é solto depois de pagar fiança

REUTERS/Diego Nigro

O principal suspeito de ser o mandante dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips foi solto na última 6ª feira (21/10), depois de pagar fiança de R$ 15 mil. Rubens Villar Coelho, vulgo “Colômbia”, seguirá em prisão domiciliar em Manaus (AM) e será forçado a usar tornozeleira eletrônica. A Justiça Federal do Amazonas, responsável pela decisão, também determinou a apreensão do passaporte de “Colômbia” e o proibiu de deixar o Brasil.

Investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil do AM indicam que “Colômbia” teria ordenado a execução do indigenista Bruno Pereira por estar incomodado com o trabalho dele na proteção das comunidades indígenas na Terra Vale do Javari. Ex-coordenador da FUNAI na região, Bruno ajudava grupos indígenas na defesa de seu território, expulsando pescadores que atuavam ilegalmente na localidade. “Colômbia” também é suspeito de tráfico de drogas, com conexão com outros grupos criminosos presentes na fronteira do Brasil com o Peru.

O Globo trouxe trechos da decisão do juiz federal Fabiano Verli, que determinou a soltura de “Colômbia”. No texto, o magistrado reconheceu a gravidade das acusações, mas assinalou que o crime de associação criminosa armada pode resultar em uma condenação inferior a dois anos de prisão. “Ele sairia livre de reclusão efetiva. É o Brasil”, lamentou.

Ao mesmo tempo, Verli foi mais crítico quanto à atuação do governo federal na proteção das populações indígenas e no combate às ilegalidades ambientais. “Sejamos sinceros: após o desmonte das atividades fiscalizadoras e do estímulo expresso de políticos ao cometimento de crimes ambientais, no Brasil, sabemos que o que pode realmente dissuadir pessoas da prática de novos crimes ambientais e contra populações indígenas é a ação do dia a dia da PF, do IBAMA, da FUNAI, do ICMBio, das secretarias estaduais e municipais de meio ambiente e outros órgãos, autarquias e fundações ambientais envolvidos na solução do problema”.

Para a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), a soltura de “Colômbia” é um indício preocupante sobre o encaminhamento do caso. “Não há muito que possamos fazer. Ele está livre, mas há condições. Só esperamos que ele não esteja nas ruas”, disse Eliesio Marubo, advogado da UNIVAJA, ao Guardian. “Mesmo sendo um grande risco, infelizmente foi isso que o sistema judicial decidiu e temos que aceitar. Faremos o possível para reverter a situação”.

CNN BrasilFolhag1 e Poder360, entre outros, repercutiram a notícia.

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