Texto publicado em 03 de abril de 2013 na Coluna de Nailson Castro, no extinto BLOGDAAMAZONIA, que foi substituído pelo PORTAL CORREIODAAMAZONIA.
Em minha primeira coluna para o Correio da Amazônia, ainda no mês de julho de 2012 (http://www.correiodaamazonia.com.br/colunas/vestindo-a-camisa/168-jornalismo-esportivo-amazonense-descompromisso-com-o-amazonas), abordei sobre a maneira errônea como é feita a cobertura sobre nossa vida esportiva. Além de ser é totalmente voltada para o futebol, ainda é feita de maneira tendenciosa e essa tendência, infelizmente, é para os de fora.
Fui muito criticado e alguns de meus ex-colegas, de sala de aula e redação, transformaram-se em severos críticos. A estudante de jornalismo, minha vizinha e colega de infância, passou de estudante de arquitetura a chefa de reportagem. Essa virou verdadeira inimiga. As mensagens mais duras que recebi dos ex-colegas após aquele artigo : “Estás fora do mercado e falas por despeito”; “Se fosses competente estarias fazendo e não criticando”. “Entendi porque te demitiram da Globo e do ACrítica” Recebi isso de pessoas que eu humildemente ajudei.
Bem. Em primeiro lugar, nunca fui demitido, mas pedi pra sair. Em segundo lugar, é preciso coragem para expor o problema arriscando-se a tais críticas. Coragem eu tenho e vocês não! E para concluir, para calar-me seriam necessários muitos acertos e para isso, muito trabalho. Como vocês, críticos, não sabem fazer e nem tem humildade para fazê-lo, não me calarão.
Esperei com ansiedade pelos erros mais grosseiros. Eles ocorreram essa semana em dois impressos. Um xingou grosseiramente o time do editor. O outro informou erradamente o local do jogo do Nacional. Na televisão os erros são mais frequentes e como ninguém fica gravando os programas, eles são facilmente esquecidos e facilmente repetidos.
Estão todos condenados? Não! Existem excelentes profissionais em todos os veículos de comunicação, mas comumente estão submissos aos vaidosos “editores chefes”, que por sua vez, além e pouco se importarem com o resultado final, estão pendurados em seus chefes, que por sua vez os mantem em cargos de chefia, numa cadeia horrenda para o esporte. Sendo assim, nossa critica não vai aos repórteres, mas aos que escolhem e impõem as pautas e a linha editorial do jornalismo esportivo. Os jornalistas bons estão lá por duas coisas: Pelo amor aos esportes e também por suas famílias. Os jornalistas ruins estão lá por causa das prestações que têm pela frente, pois não têm e nem fazem questão de ter vínculo algum com o mundo esportivo. Escrevem da forma e maneira que querem, desde que seus textos caibam no conceito positivo de seus chefes. E aí voltamos ao mesmo ponto. Os bons, pouco tempo resistem e, pedem pra sair. Viram assessores e quem perde? Todo o segmento esportivo!
Existem centenas de professores e milhares de atletas precisando de um espaço para mostrarem seus trabalhos, suas conquistas. Além do futebol existem outras 63 modalidades esportivas com representatividade constituída(federação). A sociedade não é e nem será formada exclusivamente por quem gosta de futebol. É preciso valorizar tudo e todos. Melhor mostrar um trabalho esportivo eficiente do que fazer uma matéria “bonitinha” que não retrata as dificuldades que vivem nossos heróis. A nossa vida seria bem pior se não fossem os ensinamentos do esporte.
O problema é tão grave que a “corrida” pelo furo jornalístico morreu. O site G1-Amazonas é o pauteiro e produtor de quase todos os veículos e repórteres. Os demais se pautam pelo Globo Esporte e/ou Jornal Nacional, tentando competir com os mesmos, daqui do coração da Amazônia. Aliás, a internet e as redes sociais têm sido a salvação de muitos técnicos, atletas, clubes, associações esportivas, federações etc. Na boa gente! Dá pra fazer mais e melhor pelo nosso estado. Deixem o futebol carioca/paulista de lado e olhem com mais carinho para os amazonenses. Deem pelo menos espaços iguais. Se não iguais, que sejam pelo menos dignos e bem feitos. Parem de dizer que fazem jornal pra ser vendido. Reflitam sobre a “jura” do jornalista. Afinal de contas, são os amazonenses que pagam seus salários, comprando os impressos e dando audiência de televisão.
Nailson Castro é Jornalista, Radialista, Cronista Esportivo, Estudante de Direito.
Atuou como repórter esportivo Na Tv Amazonas, Radio Amazonas, Jornal O Estado do Amazonas, Jornal Correio Amazonense, Jornal Acrítica, Tv Diário, Portal Norte de Notícias.
Nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2006 foi eleito pela ADA – ASSOCIAÇÃO DAS FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES ESPORTIVAS DO AMAZONAS, como o Melhor Jornalista Esportivo do Amazonas.
Foi premiado por seis anos com MÉRITO ESPORTIVO, Prêmio Idealizado pela Secretaria Estadual de Esportes de Juventude Esporte e Lazer (SEJEL)
Em 2019 foi um dos agraciados com o prêmio PROFISSIONAL DA IMPRENSA ESPORTIVA.
Atualmente exerce a função de Assessor de Comunicação e presta serviços para diversas entidades em Manaus e no interior do Amazonas.