Pelo 2º ano consecutivo, a Amazônia registrou o junho com maior número de queimadas desde 2007: no mês passado, o Programa Queimadas (INPE) identificou 2.308 focos de incêndio na floresta, número cerca de 3% acima daquele registrado no mesmo mês em 2020 (2.248). A situação é preocupante porque a Amazônia está apenas no começo da temporada seca. Com a falta de chuvas e uma fiscalização precária, a expectativa é de que os focos de incêndio se proliferem, atingindo patamares mais altos entre agosto e setembro — tudo isso em meio a uma escalada nos números do desmatamento amazônico. Com isso, o governo Bolsonaro voltou a acionar as Forças Armadas com o decreto de uma nova missão de garantia da lei e da ordem (GLO).
“Infelizmente, esse recorde no mês de junho não é uma surpresa, considerando a continuidade da política antiambiental e a insistência na utilização de uma ferramenta cara como o envio de tropas militares, que se mostrou ineficiente nos últimos dois anos”, comentou Rômulo Batista, do Greenpeace Brasil. “Na Amazônia, fogo e desmatamento andam de mãos dadas. Para combatê-los, é necessário muito empenho, ações estratégicas e repressão ao crime. Infelizmente, sabemos que o atual governo não fará nada disso. Ao contrário, Bolsonaro é hoje o principal responsável pela crescente destruição da maior floresta tropical do planeta”, afirmou Marcio Astrini, do Observatório do Clima.
Ao mesmo tempo, uma análise feita por pesquisadores do IPAM e do Woodwell Climate Research Center mostrou que a soma das áreas desmatadas e ainda não queimadas desde 2019, junto com a seca intensa provocada pelo fenômeno meteorológico La Niña, pode tornar a situação ainda mais delicada na porção sul da região amazônica. O Valor deu mais detalhes.
Correio Braziliense, Estadão, Folha, G1, Poder360, Reuters e UOL repercutiram os dados sobre as queimadas na Amazônia em junho.