“Em um momento de nossa história em que COMEMORAR é algo cada vez mais difícil, devido as dificuldades que a vida nos impõe, temos ainda a árdua missão de SEGUIR ADIANTE, independente dos acontecimentos.
Há um mês estamos assistindo diversas celebrações de 01 ano. Até o fim do mês iremos assistir, ou ficar sabendo, de muitas outras, entre elas a de 01 ano de saudades do TITIO MANOEL.”
Hoje, 03 de fevereiro, deveríamos estar comemorando os 80 anos dele. O filho dedicado, o irmão preocupado, o tio exemplar. O marido cuidadoso, o professor amigo, o amigo sábio, o sábio ainda jovem… O caboclo urbano, o urbano interiorano, o interiorano bem sucedido, o bem sucedido humilde, o humilde grande, o grande delicado, o delicado duro, o duro legal, o legal observador…
Tem tantas expressões pra encaixar, basta utilizar a criatividade com um pouco de amor e carinho, que além de adjetivarmos iremos imitá-lo.
Minhas ultimas experiências com tio Manoel não foram nada agradáveis. Pelo telefone ouvi a voz dele e tremi. No Hospital, poderia ter subido pra pedir-lhe a benção e hesitei, não fui. Minha ultima chance de beija-lo desperdicei. Restou a mim, Dávila, Nair, Joviana e Zé , enterrá-lo, sob uma chuva bem molhada de TRISTEZA. Eu e Dávila devemos esse ultimo ato aos porteiros do cemitério.
Resta-me, como a muitos, as lembranças. Quem tem boa memória, como eu, milhares de lembranças, desde o tempo da Brasilia verde, Variante laranja, Pampa branca, Gol bege, Sítio, Panela de Pressão, Marís, Macaxeira, Igarapé, Tia Conceição, Tia Luiza, Angiete, Julio, Luna, Escola Técnica… (Tá difícil terminar isso aqui sem chorar). Educandos, Lancha dona Jovita, Padre Pinto, barco do Vaqueiro, Parintins, Garantido, Delegacia do Mec… Escola Técnica… Acho que sempre vou finalizar na Escola Técnica, onde ele foi meu passaporte de entrada, meu professor, meu orientador, Meu coordenador, meu disciplinador… kkkk… Me pegava pelo braço, me mandava comportar, ameaçava delatar pra Nair e finalizava com “SEO MOLEQUE”. Foram 06 anos na Etfam. Pelo menos 03 deles eu o via diariamente.
O Tempo passou e pouco tempo depois que largou as secretarias de ensino, voltou pra Manaus. E aí passamos a vê-lo novamente, toda semana. Idas e vindas do Sitio, sempre acompanhado e acompanhando a Tia Conce. Uma pupunha, um Cará Cozido, 12 marís, tucumãs, Carapanaúba pra chá… Uma carona pra mergulhar na piscina. Era sempre um motivo diferente para aquela passagem pela PICINHA.
A gargalhada, o olhar, o apertar das próprias mãos, o apontar os caminhos, as reflexões faladas, os conselhos.
É inacreditável que tenha ido visitar os pais, os tios, os primos, irmãos, cunhados, sobrinhos e amigos, e nos deixado aqui, assim, tão rápido. Tantas recomendações e cuidados… É inacreditável ! Sempre vamos ter uma reclamação para a DANADA DA MORTE tê-lo levado. Sempre. Ela poderia ter se atrasado na sua hora né ?!
A verdade é que estamos reaprendendo a viver o nosso mundo, em Manaus, Parintins, Tefé, Porto Velho, Boa Vista, Rio de Janeiro, Estados Unidos, Alemanha, sem a a marcante e tranquilizadora presença do tio Manoel nesse plano. Reaprendendo a viver com a certeza de que ele não mais atenderá ao telefone. Temos que nos virar e pensar : “Como ele faria?”. Eu tenho certeza que essa deve ter sido a intensão dele: Nos forçar a ir pra frente !
Obrigado Tio Manoel (tio manél). Esteja em Paz. Nós lhe amamos !
Parabéns pelos seus 80 anos de nascimento e até o reencontro, para o próximo cruzeiro.
Manoel Rodrigues Filho. O herdeiro motivado pelo bom exemplo !
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