72% das mulheres com mais de 50 anos têm problemas com a incontinência urinária do Norte ao Sul do país, mas essa não é só uma realidade dessa faixa etária. Mulheres mais jovens também sofrem com a condição, que requer atenção e prevenção, é o que alerta o urologista Flávio Antunes. Os dados são da Sociedade Brasileira de Urologia.
“A incontinência urinária é um dos problemas mais comuns do trato urinário e que atinge mais o público feminino. Ela é caracterizada pela perda de urina de forma involuntária que ocorre durante manobras de esforço, como tossir, espirrar, levantar peso ou, até mesmo, mudança de posição, como levantar-se da cama. A sua frequência aumenta com a idade, surgindo habitualmente em mulheres a partir dos 40 anos e sendo muito frequente em mulheres de idade avançada. É uma condição bem desagradável, onde a paciente fica com receio constante de urinar em público, fazendo com que as pessoas sintam o cheiro. Essas mulheres passam evitar sair de casa ou até realizar as atividades mais básicas e simples do dia a dia porque podem desencadear perdas de urina”, destacou Antunes.
A incontinência urinária pode causada por vários fatores como: gravidez, parto, menopausa, obesidade, tosse crônica, exercícios de impacto ou força, entre outros. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, uma a cada três pessoas com mais de 60 anos é portadora de incontinência urinária. Isso acontece devido à queda nos níveis hormonais, a perda da força muscular e as alterações na bexiga.
O urologista Flávio Antunes listou alguns sintomas para que você procure ajuda médica imediatamente:
– Início súbito de vazamento de urina
– Ocorrência de outros sintomas urinários
– Sede excessiva e necessidade frequente de urinar
– Dificuldade para realizar tarefas diárias
“No caso das mulheres, o médico faz o exame pélvico para detectar anormalidades que poderiam causar incontinência, entre elas a atrofia vaginal – que nada mais é do que alterações da menopausa em que a mucosa vaginal se torna mais fina, mais seca e menos elástica, podendo ser acompanhadas por alterações no trato urinário. Nós também verificamos se há fraqueza dos músculos pélvicos. Em geral, os médicos solicitam exames de imagem se suspeitarem de bloqueio (obstrução) ou de uma anormalidade nos órgãos internos do trato urinário”. Mas o exame que auxilia bastante no diagnóstico é o estudo Urodinâmico.
Tratamento
Conforme Antunes, o tratamento da incontinência urinária depende muito do tipo e do grau da doença. Existem tratamentos cirúrgicos, medicamentosos e fisioterapêuticos, cada um indicado para determinado tipo do problema.
“Em casos mais simples, o uso de anticolinérgicos associado a mudanças no estilo de vida e exercícios fisioterápicos para fortalecer os músculos do assoalho pélvico podem ser suficientes. Em casos mais graves, o médico pode indicar a intervenção cirúrgica com o uso do esfíncter artificial e o marca-passo neural, por exemplo”.