PGR envia ao STF parecer sobre estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou sobre as explicações dadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à sua estadia de duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília. No entanto, o processo está sob sigilo. A defesa de Bolsonaro tenta acesso ao conteúdo.

O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinha dado cinco dias para a PGR se posicionar e o prazo se encerrou nesta sexta-feira (5). Agora, Moraes vai analisar novamente o caso, à luz dessa manifestação.

Paulo Gonet

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, dará parecer sobre estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria. Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Em documento protocolado na semana passada no STF, a defesa de Bolsonaro argumenta que a estadia na embaixada,  que fica a cerca de 15 minutos de onde ele mora em Brasília, foi para dialogar com autoridades húngaras a convite delas. A defesa rechaçou a versão de que o ex-presidente temia ser preso, e por isso buscava asilo político na representação diplomática da Hungria.

Bolsonaro negou intenção de pedir asilo

Na resposta dada a Moraes, esse receio não existiria, já que quatro dias antes foram decretados mandados de prisão e ele não estaria entre os detidos. Também foi usado como justificativa para negar o pedido de asilo político o fato de Bolsonaro ter pedido autorização ao STF para deixar o país.

A primeira foi em dezembro, quando ele ainda estava com o passaporte e participou da posse do presidente da Argentina, Javier Milei. A outra, mais recentemente, já sem o documento, foi para ingressar a delegação brasileira em viagem a Israel a convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Foram publicadas ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada. De acordo com a reportagem, Bolsonaro buscava exílio político após ter seu passaporte apreendido quatro dias antes pela Polícia Federal (PF) durante uma operação que investiga um suposto plano golpista para depor o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mantê-lo no poder.

A publicação lembra também que, em 8 de fevereiro, após a Polícia Federal desencadear a operação que mirava Bolsonaro, generais e ex-ministros por causa da suposta trama golpista, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, postou em rede social uma mensagem de encorajamento para Bolsonaro, chamando-o de “um patriota honesto” e dizendo-lhe para “continuar lutando”.

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