Morre em Manaus, de Covid 19, um dos fundadores do conjunto Vista Bela e empresa Adukargo

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Morreu neste dia 23 de janeiro de 2021, as 49 anos, Jorge Granja Filho, ex-aluno do Colegio Adventista de Manaus, Solon de Lucena, Estágiário da empresa Aduana e fundador da empresa ADukargo.
NESTE DIA 05 DE FEVEREIRO ele completaria 50 anos de idade.
Por causa dos problemas causados pela Covid-19, ele não resistiu.
Jorge Granja foi um os primeiros moradores do Conjunto Vista Bela, na Zona Centro Oeste de Manaus e deixa Esposa, duas filhas e dois netos.
Sobre Jorge Granja, um de seus amigos de infancia escreveu um texto em homenagem ao mesmo.
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UM DIA SIGNIFICATIVAMENTE TRISTE ESSE 23 DE JANEIRO DE 2021

Alguns poucos anos após ter saído da adolescência virei pai. Muitos anos depois de ter virado pai, me deparei com um artigo cientifico que aponta para o irmão mais velho a responsabilidade de maior influência na vida do mais novo. Sempre refleti sobre isso e apesar de ele não ter sido jogador de futebol, lutador de judô ou Jiu-jitsu, ou mecânico, ou motorista de taxi ou nem mesmo radialista ou jornalista, sempre sempre sempre trabalhou. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

Chegamos ao Vista Bela em 1981. Ele separado do pai por questões familiares dele. Eu separado do meu pai de segunda-a-sexta, por questões profissionais do meu pai. Crescemos assim, cada um com sua dificuldade, mas amigos. Jorginho, três anos mais velho que Nailson Castro, Nailson Alves, Mario Ricardo, Porfirio, Everton, Francisco Moraes Cheiroso, Alejandro, Rommel Junior, Sérgio Ricardo, Michel, enfim, o mais velho e o líder de nossa patota, posteriormente chamada de PUF. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

De família humilde, apaixonado pela mãe e irmã, Jorginho cedo desenvolveu o espírito de Homem da casa e para nós, irmão mais velho. Era quem brincava, determinada os rumos das brincadeiras, mas também quem batia. Quase todos “apanharam” dele, só dele, porque se outro tentasse bater, ele erguia-se como protetor. Assim cresci e assim também me comportei com os mais novos. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

Assim crescemos, acompanhados e vigiados pelo Jorginho Cacetão. Me ensinou a andar de ônibus, me levou paras primeiras missas no Alvorada 01. Apresentou-me o sanduiche estudantil, aprendeu comigo a ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO. Com ele conheci o avião da praça da saudade, o PlayCenter, a Lagoa, o Geladinho, Cheik Clube, Verbatim, Bancrévea, Kaiak, Karamari, Ponta Negra… Foi na minha primeira ida ao Carnaval do Bosque Clube, no fusca do Dermison, que me ensinou a nunca baixar a cabeça, mesmo que em desvantagem numérica. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

Coube ao destino providenciar nossa separação corporal. O primeiro da turma a casar, morar sozinho, enfrentar o mundo como chefe de família, a comer o doce e os amargos de um recém empregado técnico em contabilidade, sem dinheiro, mas com duas vidas nas mãos, Shirlene e Joinha. Compartilhamos algumas dificuldades. Busquei-o e levei-o aos seus endereços temporários na Vila Marinho e Redenção. Participei da festa, na chuva e no barro, quando comprou a própria casa no Manoa. Exemplo atrás de exemplo. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.
Perdi na queda de braço, entortei a churrasqueira, tomei banho de piscina de cueca, ronquei na sala do Manoa. Um dia depois a ligação e as gargalhadas. “Baixa tua bola preto filha da puta”. O sucesso profissional foi sempre compartilhado com as dezenas de amigos que o procuraram e foram atendidos. Passamos a divergir em diversas situações. Em um momento de raiva, um erro meu, com quem não poderia errar, Dona Jóia. Mas consegui o perdão. Era bruto, mas com o coração bondoso. Deu porrada, deu conselhos, deu proteção e deu emprego a muita gente. Sempre que ia a um samba, em Manaus ou outra cidade, lembrava de mim e me mandava um vídeo, lembrava de mim. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

Não há como explicar o frio e o medo que se sente  quando um amigo , Alejandro, da notícia da morte de outro amigo. Parecia ser impossível que o super herói JORGE CACETÃO/JORGE DA LAMA fosse a outro plano. Deus me deu, Deus me tirou esse amigo ! E é assim, valorizando sempre o lado positivo e todas as conquistas de Jorginho que vou guardá-lo, pois com toda certeza esse amigo, filho exemplar, pai amoroso , esposo dedicado, profissional de sucesso venceu na vida e deu muitos exemplos. Jorginho com certeza foi a maior influência para mim e para outros que o tiveram como irmão.

Nesse mesmo dia morreu Feize El Kebbe, tambem moradora histórica do Conjunto Vista Bela e que durante anos desenvolveu trabalhos artísticos culturais junto à Associação Folclórica Boi Bumbá Caprichoso.————————————-


 

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